O Governo de Macau anunciou hoje um programa para financiar, com até 255 mil euros, investigação científica conjunta com o estado brasileiro de São Paulo em áreas como a biomedicina, inteligência artificial e ciências espaciais.
Num comunicado, o Fundo para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (FDCT) de Macau disse que o programa foi lançado com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O FDCT sublinhou que um dos objetivos do programa, cujo período de candidatura está aberto até 13 de junho, é “encorajar os intercâmbios científicos e tecnológicos entre Macau e os países de língua portuguesa”.
O reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau disse hoje à Lusa que o programa, “criado muito recentemente”, reflete a política do novo Governo da região, que tomou posse em dezembro, de reforçar os laços com os países lusófonos.
Joseph Lee Hun-wei disse que o programa nasceu de um acordo de cooperação com a FAPESP, celebrado durante uma viagem ao Brasil de uma delegação do FDCT.
O acordo válido por cinco anos, foi assinado em 03 de abril pelo presidente do FDCT, Alex Che Weng Keong.
Joseph Lee falava à margem de uma sessão da Cimeira das Universidades da Ásia, que começou hoje em Macau, durante a qual várias universidades de Macau destacaram a importância da colaboração científica com os países lusófonos.
De acordo com um comunicado da FAPESP, o programa vai financiar projetos de investigação conjunta nas áreas da biomedicina, inteligência artificial, tecnologia dos oceanos, ciências espaciais e agricultura.
A FAPESP irá financiar com um valor máximo de 600 mil reais (90 mil euros), enquanto o FDCT irá apoiar com até 1,5 milhões de patacas (165 mil euros), durante um período máximo de três anos.
Também hoje, o FDCT anunciou que estão abertas até ao fim do mês as candidaturas a um novo programa para financiar investigação científica e tecnológica com o exterior, incluindo países lusófonos.
Em fevereiro, o FDCT disse à Lusa que “o financiamento está disponível para projetos de investigação em cooperação com qualquer país de língua portuguesa; não é dada preferência a nenhum país em particular”.
Cada um dos projetos aprovados no âmbito do Programa de Financiamento para Cooperação Externa em Ciência e Tecnologia poderá receber até cinco milhões de patacas (cerca de 600 mil euros), acrescentou o fundo.
“Tendo em conta que este é o ano inaugural deste programa, o número exato de projetos a financiar será decidido com base na qualidade e quantidade de candidaturas recebidas”, sublinhou o FDCT.
O fundo organizou a 20 de janeiro uma sessão de esclarecimento sobre este e outros programas de financiamento de projetos, que contou com cerca de 300 representantes de instituições de ensino superior, associações científicas e empresas tecnológicas de Macau.