Organizações internacionais de saúde avisaram hoje que há muitas unidades de saúde na Faixa de Gaza que estão sobrecarregadas após o recomeço dos bombardeamentos israelitas, esta madrugada, e que há falta de medicamentos no território.
Há “muitas unidades de saúde” na Faixa de Gaza que estão “literalmente sobrecarregadas”, avisou um porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, numa declaração feita hoje em Genebra, na Suíça.
Por sua vez, um porta-voz da Organização Mundial de Saúde destacou a falta de medicamentos no território palestiniano.
“Devido a esta escassez de medicamentos, existe o risco de os profissionais de saúde não conseguirem fornecer tratamento a várias condições médicas”, afirmou.
Israel retomou, hoje de madrugada, os bombardeamentos na Faixa de Gaza após quase dois meses de cessar-fogo, matando pelo menos 413 pessoas e deixando mais de 440 feridos, que estão a encher os hospitais.
“Se os números continuarem a crescer, teremos um problema”, disse, diretor de enfermagem do Hospital Europeu de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, Saleh al-Hams, citado pela agência de notícias espanhola Efe.
O médico descreveu como o hospital enfrenta uma situação “muito difícil” desde o início de março, quando Israel bloqueou o acesso de ajuda humanitária a Gaza para pressionar o grupo islamita Hamas a aceitar a sua exigência de prolongar a primeira fase do cessar-fogo em vez de avançar para a segunda (que deveria começar no dia 02), como estipulado no acordo original.
Ao início da manhã, 40 corpos chegaram ao Hospital Europeu como resultado do bombardeamento, adiantou o diretor da unidade do Ministério da Saúde de Gaza responsável pela contagem de mortes na guerra, Zaher al-Waheidi.
Os outros dois grandes hospitais da região, o Kamal Adwan e o Indonésio, tinham começado, na semana passada, a voltar à atividade após a guerra.
O Kamal Adwan estava a funcionar apenas como hospital de campanha depois de o exército israelita ter destruído as suas instalações, enquanto o Indonésio tinha aberto as suas urgências e algumas instalações para realizar cirurgias.
A 09 de março, apenas 16% dos centros de atendimento de saúde no norte de Gaza estavam total ou parcialmente operacionais: três dos cinco hospitais, seis dos 50 pontos médicos e quatro dos 26 centros de saúde, de acordo com dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).