O Canadá disponibilizou cerca de 22,5 milhões de meticais (329,3 mil euros) para requalificação de um posto médico no distrito de Balama, província moçambicana de Cabo Delgado, assolada por ataques armados desde 2017, anunciou fonte oficial.
"O acesso à saúde de qualidade é mais essencial do que nunca. Apoiamos a construção e reabilitação do centro de saúde de Metata, em Cabo Delgado, garantindo melhores serviços para mulheres, raparigas e toda a comunidade", refere-se numa nota da Embaixada do Canadá em Maputo, consultada hoje pela Lusa.
O financiamento, disponibilizado através da Agência Canadiana de Desenvolvimento Internacional (CIDA, sigla inglesa) e implementado pela Fundação Aga Khan, uma agência de desenvolvimento internacional, permitirá, entre outros, a reabilitação do antigo edifício para atendimento externo e construção de uma nova maternidade.
"Com esta intervenção estamos a elevar a qualidade dos cuidados de saúde para mulheres, crianças, adolescentes e toda a comunidade", explicou a fundação Aga Khan.
Desde outubro de 2017, a província nortenha de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.