A IL/Açores questionou hoje o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre a monitorização do gás radão e sobre o Plano Regional de Radão, alegando que não se conhecem os valores obtidos com uma campanha realizada em 2022.
Num requerimento enviado ao executivo através do parlamento regional, o deputado único da IL nos Açores, Nuno Barata, lembra que em 2022 foi realizada uma campanha regional de monitorização do gás radão em edifícios, que incluiu uma amostragem com 1.249 detetores, mas não se conhecem os valores monitorizados, nem existe “informação relativa ao mapa de suscetibilidade de exposição ao radão no interior dos edifícios dos Açores”.
O parlamentar também refere no documento que “desde 2021, vem sendo inscrita verba nos sucessivos Planos Anuais de Investimento para a proteção radiológica e concretização do Plano Regional do Radão”, sem que “tenha conhecimento dos investimentos realizados”.
Assim, Nuno Barata quer saber o “número total de medições efetuadas pelos detetores de radão colocados na região” e solicita cópia da informação por ilha, município e freguesia.
Também questiona o Governo Regional sobre “quais os valores obtidos, no âmbito da campanha regional de monitorização do gás radão, iniciada em outubro de 2022 até à presente data”.
O deputado da IL quer ainda saber o “número total de medições efetuadas pelos detetores de radão colocados na região”, que tipologia de edifícios foi abrangida pela campanha regional de monitorização e se existem conclusões relativas a esta iniciativa.
No requerimento, Nuno Barata pergunta ainda “qual o ponto de situação relativo à elaboração do mapa de suscetibilidade de exposição ao radão no interior dos edifícios dos Açores” e se “já foi iniciada a elaboração do Plano Regional do Radão”.
O radão é um gás radioativo presente nos solos, no ar e na água e, quando em concentrações elevadas, pode constituir-se em fator de risco ambiental.
O parlamentar da IL/Açores lembra que o gás radão está classificado, desde 1988, pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro, como um agente carcinogénico do Grupo 1, e é considerado “a segunda causa de cancro do pulmão”, logo a seguir ao tabaco e considerada a primeira causa em pessoas não-fumadoras.
A recente auditoria da secção regional dos Açores do Tribunal de Contas, intitulada “Estratégia Regional de Prevenção e Combate às Doenças Oncológicas”, refere que “a taxa de mortalidade por cancro na região é a mais elevada do país e tem vindo a aumentar desde 2020, em contraciclo com a tendência registada no continente e na Madeira”, apontou.