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Centro de Vida Independente exige sanções por discursos de ódio no Parlamento

LUSA
20-02-2025 13:28h

O Centro de Vida Independente, de apoio a pessoas com deficiência, escreveu uma carta aberta a exigir sanções para quem profira discursos de ódio ou discriminatórios na Assembleia da República, que já foi assinada por centenas de pessoas.

“Perante os últimos acontecimentos ocorridos na Assembleia da República contra a deputada Ana Sofia Antunes, no passado dia 13 de fevereiro, mas também pelo tom crescente dos discursos de ódio proferidos por alguns dos deputados e deputadas parlamentares, o Centro de Vida Independente assumiu que é a altura de apelar aos órgãos de soberania para que defendam os valores fundamentais da democracia e da dignidade da pessoa humana”, explica o Centro de Vida Independente (CVI).

Na sessão plenária de dia 13 de fevereiro, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir “intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”.

Esta declaração e as trocas de palavras que se seguiram, com vários insultos, provocaram reações dos mais variados quadrantes, tendo o CVI decidido escrever uma Carta Aberta para lembrar que “as pessoas com deficiência devem ter a oportunidade de estar ativamente envolvidas nos processos de tomada de decisão sobre políticas e programas, incluindo aqueles que diretamente lhes digam respeito”.

“Cerca de 60 coletivos dos diversos movimentos sociais e 700 pessoas a título individual já subscreveram, até ao momento, a Carta Aberta pedindo sanções para as pessoas responsáveis por discurso de ódio adotado na Assembleia da República”, lê-se no comunicado, que acrescenta que o formulário para a subscrição ainda está disponível.

Na carta, dirigida ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco, e ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é exigida “uma sanção efetiva para as pessoas responsáveis por este discurso inaceitável, assim como para todas as que contribuam, propaguem e adotem discursos capacitistas, racistas, fascistas, homofóbicos e sexistas na Assembleia da República”.

“Exigimos que a Assembleia da República adote um compromisso firme contra o capacitismo, implementando mecanismos que garantam um ambiente político verdadeiramente acolhedor da diversidade”, lê-se na carta.

Os subscritores acrescentam que vão continuar “a ser voz ativa contra todas as formas de opressão” e lutar “por uma sociedade em que as pessoas com deficiência tenham a sua existência garantida, de forma digna e incondicional”.

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