O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, sublinhou hoje que a partir do próximo ano letivo vai acabar a “situação estranha” de os estudantes estrangeiros não poderem frequentar os cursos de Medicina nas universidades portuguesas.
Falando em Braga, à margem das comemorações dos 51 anos da Universidade do Minho, Fernando Alexandre disse que esta primeira abertura dos cursos de Medicina será essencialmente para estudantes brasileiros ou dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) “que não tenham acesso por outros regimes especiais”.
“Na área da Medicina, nós tínhamos uma situação estranha, era a única área onde nós não podíamos ter estudantes internacionais”, afirmou.
Vincando que Portugal “tem dos melhores cursos de Medicina a nível internacional”, o ministro disse não entender por que razão eles não podiam ser abertos a estrangeiros, embora “com limites, não pondo em causa as vagas dos estudantes nacionais”.
Para Fernando Alexandre, a abertura é uma forma, desde logo, de diversificar e internacionalizar os cursos e de conseguir mais receitas para as universidades, que “vão ter a possibilidade de cobrar propinas muito mais elevadas”.
Além disso, apontou, significa a abertura das universidades a outros públicos, “porque estudantes que estejam a estudar aqui durante seis anos, provavelmente, vão ficar cá a trabalhar. E, por isso, vamos ter também a possibilidade de ter esse aumento da oferta de profissionais na área da saúde por esta via”, sublinhou.
Segundo os dados hoje disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES), no próximo ano letivo haverá mais 130 vagas em Medicina do que no presente, através dos concursos e regimes especiais de acesso, mas a maioria (86) será para estudantes internacionais que entrem através do concurso especial, uma possibilidade introduzida este ano pelo Governo “em resposta às solicitações das instituições”.
“Para a disponibilização destes lugares adicionais, as instituições pediram aumentos do limite máximo de admissões, subindo o número total de vagas que podem ser oferecidas nos cursos de Medicina”, explica o ministério, garantindo que este aumento não prejudicou o número de vagas em Medicina através do Regime Geral de Acesso, que se mantém em 1.594.