O ministro da Saúde são-tomense disse hoje que o Governo do arquipélago está a desenvolver ações preventivas, a partir do aeroporto, incluindo seguimento de passageiros oriundos de Angola, para evitar a entrada de casos de cólera no país.
Celso Matos, que falava durante uma sessão plenária alertou aos são-tomenses sobre o que considerou de “assunto urgente e prioritário”, que é o “surto de cólera em Angola”, assegurando que “as ações já estão a ser desenvolvidas” para evitar a entrada de casos no arquipélago.
“No aeroporto já temos tendas de campanha, com todas as orientações para todos os passageiros que vem de voos de Angola. Já há uma equipa a fazer trabalho de domínio de casos com médicos e enfermeiros nos distritos e no hospital central, portanto estamos organizando para uma eventual entrada no país de casos de cólera”, disse Celso Matos.
O ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe alertou a população para reverem as medidas de higiene pessoal, e apelou às câmaras distritais “para reforçarem as medidas”, nomeadamente de recolha de lixos.
Celso Matos alertou aos comerciantes que “os produtos alimentares não devem ser vendidos no piso” (no chão), prática muito comum nos mercados são-tomenses, e pediu à população para reforçar a questão a lavagem das mãos, uso de latrinas e casas de banho para evitar que se entrar um caso de cólera no país, não haja “número muito grande” a seguir.
São Tomé e Príncipe tem voos diretos semanais com Angola através da TAAG- Linhas Aéreas de Angola.
A cólera continua a alastrar em Angola com mais 255 casos notificados em 24 horas, subindo para um total de 3.402, e seis mortos, somando agora 114 óbitos, segundo o último boletim do Ministério da Saúde.
Desde o início do surto, a 07 de janeiro, foi reportado um total cumulativo de 3.402 casos em dez províncias angolanas, sendo 1.661 em Luanda, 1.267 no Bengo, 433 no Icolo e Bengo, 16 no Cuanza Sul, seis no Huambo, seis na Huíla, cinco no Zaire, cinco em Malanje, dois no Cuanza Norte e um no Cunene, com idades compreendidas entre 2 e 100 anos.
Angola iniciou em 03 de fevereiro uma campanha de vacinação contra a cólera com início nas três províncias mais afetadas (Luanda, Bengo e Icolo e Bengo), tendo sido adquirido cerca de um milhão de vacinas.