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Quercus pede à autarquia estudo epidemiológico na Central de Biomassa do Fundão

LUSA
11-02-2025 12:19h

A associação ambientalista Quercus propôs à Câmara do Fundão que encomende um estudo epidemiológico sobre o impacto na saúde pública da Central de Biomassa da cidade.

“A Quercus considera que estamos perante uma clara violação dos direitos humanos que exige uma vigilância permanente e rigorosa por parte da sociedade civil e do poder político”, frisou, em comunicado enviado à agência Lusa, a organização ambiental.

A empresa anunciou este mês ter chegado a acordo com 16 moradores nas imediações, junto à Zona Industrial do Fundão, com quem existia um diferendo, o que fez cair os processos judiciais em curso.

A Quercus lembrou a sentença que determinou a suspensão das atividades ruidosas aos fins de semana, feriados e à noite.

“Apesar de nenhuma medida poder mitigar cabalmente os efeitos desta indústria, a Quercus lamenta que o acordo permita protelar a implementação das medidas acordadas para um tempo incompatível com o estado de saúde e o sofrimento dos moradores”, salientou a associação ambientalista.

A Quercus acrescentou que a Associação de Moradores do Sítio da Gramenesa preferiu o acordo com a Central de Biomassa do Fundão, no distrito de Castelo Branco, “pesando a degradação, cada vez mais rápida, da saúde dos seus associados e a morosidade da justiça”, deixando desta forma cair a ação principal, que visava o encerramento da estrutura.

A organização ambientalista aludiu à “gravidade da situação” para sugerir ao município que avance com o estudo sobre o impacto do equipamento na saúde pública.

“Há seis anos que os moradores suportam o barulho desta indústria, dia e noite, rodeados de cinzas e de poeiras, inalando os gases, as partículas, os maus cheiros e, sobretudo, a injustiça de não verem defendidos os seus direitos”, acrescentou a Quercus, na mesma nota.

O empreendimento funciona desde 2019 e desde essa altura que tem sido alvo de contestação e de queixas por parte de quem mora nas imediações.

O assunto mereceu a atenção tanto de partidos políticos como de associações ambientalistas, que vieram a público exigir que a atividade fosse suspensa até serem tomadas medidas e que fosse feita uma fiscalização contínua à estrutura.

Aquando do acordo, a empresa informou que o entendimento implica que a Central de Biomassa se compromete a cumprir a legislação em vigor em matéria de ruído, a implementar medidas adicionais de atenuação do ruído se e quando necessário, a efetuar um teste anual de medição das operações da central e a monitorizar a trituração da biomassa e o tratamento das cinzas na central.

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