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Problemas do Amadora-Sintra "não desapareceram" com demissão da administração - Ordem dos Médicos

Lusa
06-02-2025 17:09h

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) disse hoje que os problemas da Unidade Local de Saúde (ULS) de Amadora-Sintra “não desapareceram” com a demissão do Conselho de Administração, escusando-se “falar muito sobre essa matéria”.

“O foco que a OM tem – que teve nos últimos dias e que vai continuar a ter – é na defesa dos cuidados de saúde, na defesa dos doentes, no acesso aos cuidados na ULS de Amadora-Sintra. Esse é que é o nosso foco. E esses problemas não desapareceram com a demissão do Conselho de Administração, esses problemas é que se mantêm”, disse à Lusa Carlos Cortes.

O responsável falava à Lusa depois de os membros do Conselho de Administração (CA) da ULS de Amadora-Sintra terem apresentado esta tarde a sua demissão à ministra da Saúde e ao diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS).

Sem querer abordar muito o caso, considerando que a demissão do Conselho de Administração da ULS de Amadora-Sintra diz respeito ao Ministério da Saúde e à DE-SNS, Carlos Cortes indicou, ainda assim, que é “preciso uma intervenção rigorosa” da tutela.

“Eu não queria falar muito sobre esta matéria, tendo em conta que vamos ter uma reunião com a ministra da Saúde na segunda-feira, e depois dessa reunião, percebendo a ideia do ministério para o Amadora-Sintra, a OM falará”, vincou.

O bastonário disse também que “não tinha ideia” da demissão e reiterou que a situação na ULS de Amadora-Sintra “é de uma grande gravidade, nomeadamente na resposta à urgência”.

“Estas matérias dos Conselhos de Administração não são matérias da OM. (…) O que nós queremos é que os problemas sejam resolvidos. Nós vamos sempre ajudar e contribuir [para resolver os problemas], e foi o que tentámos fazer nos últimos meses no Amadora-Sintra, mas, infelizmente, as coisas não melhoraram. Continuaremos a dar todo o apoio necessário para inverter tudo aquilo que está a acontecer no Hospital Amadora-Sintra”, salientou.

Os membros do Conselho de Administração da ULS de Amadora-Sintra apresentaram hoje a demissão.

A renúncia aos cargos “permitirá à tutela implementar as medidas e políticas que considere necessárias”, adiantam em comunicado, um dia depois de se terem reunido com a tutela e terem garantido que se mantinham em funções.

“O CA [liderado por Luís Gouveia] sempre seguiu o caminho da legalidade, ética e justiça, nunca considerando qualquer outro e reitera que a sua prioridade sempre foi garantir o interesse dos utentes, a confiança na instituição e a qualidade dos serviços prestados”, afirmam em comunicado.

O CA tomou posse a 05 de julho de 2023, assumindo a responsabilidade de liderar a instituição, “num momento delicado, na sequência das denúncias de situações de alegadas más práticas médicas, no Serviço de Cirurgia Geral”, lembram.

“O regresso à instituição, em outubro de 2024, dos cirurgiões que denunciaram estas situações, motivaram a saída concertada de 10 especialistas do Serviço de Cirurgia Geral”, sublinham, referindo que foi feita uma aposta “de forma estratégica na qualificação e reforço da equipa, garantindo a continuidade dos serviços prestados”.

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