Pelo menos 1.101 casas foram afetadas pelas chuvas desde o arranque da presente época chuvosa na província moçambicana de Tete, afetando 5.381 pessoas, disse hoje o Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (INGD).
“Em termos de assistência face à época chuvosa, foram assistidas um universo de 200 famílias com o aprovisionamento que foi feito em todos os distritos da província de Tete”, disse a delegada provincial do INGD em Tete, Ana Paula Correia, em declarações à comunicação social, referindo-se à assistência feita às vítimas.
Segundo a responsável, os efeitos da presente época chuvosa e ciclónica, iniciada em outubro passado e que se prolonga até abril, já causou a destruição total de 282 casas e outras 819 ficaram parcialmente destruídas na província central de Tete.
Ana Paula Correia disse ainda que a situação afetou pelo menos 1.078 famílias, correspondentes a 5.381 pessoas, sobretudo nos distritos de Tsangano, Angónia e Cahora Bassa.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
A última época de chuvas em Moçambique, iniciada em outubro de 2023, afetou cerca de 240 mil pessoas, destruindo totalmente mais de 1.800 casas, segundo dados apresentados em junho de 2024 pelo Governo.
"Em todo o território nacional foram afetadas cerca de 240 mil pessoas, afetou mais de 34 mil casas, mais de 5.000 parcialmente destruídas e cerca de 1.800 totalmente destruídas", disse na altura o secretário permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Ambrósio Sitoe.
Eventos extremos, como ciclones e tempestades, provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) noticiados anteriormente pela Lusa.
No relatório de Indicadores Básicos do Ambiente de 2023, o INE detalha todos os eventos extremos desde 2019, e respetivas consequências, acrescentando que estes provocaram, ainda, no mesmo período de quatro anos, 2.936 feridos.
A província de Sofala, no centro de Moçambique, foi a mais atingida por um único evento, com o ciclone Idai, em 2019, a provocar 403 mortos - dos 603 que provocou em todo o país -, afetando 1.190.594 pessoas e deixando ferimentos em 1.597.
Ainda devido ao ciclone Idai, seguiu-se a província de Manica, com 262.890 pessoas afetadas, 185 mortos e 23 feridos.
O relatório aponta ainda, em 2021, chuvas, ventos e descargas atmosféricas que provocaram 30 mortos, seguindo-se, em 2022, a tempestade tropical Ana, que afetou 186.739 pessoas, incluindo 21 mortos, o ciclone tropical Gombe, que provocou 61 mortos, afetou 755.166 pessoas e feriu 117, entre outros eventos climáticos extrem