A Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo (ULSAA) vai apostar na área do atendimento domiciliário, estimando chegar a cerca de 20 mil doentes anualmente, e pretende implementar 50 camas de hospitalização domiciliária, até final do ano.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do conselho de administração da ULSAA, Miguel Lopes, explicou hoje que aquela unidade vai implementar medidas para atingir 30% dos doentes em atendimento domiciliário, estimando que a medida abranja, por ano, “entre 10 a 20 mil doentes”.
Reconhecendo que “o cenário ideal” passaria pela deslocação ao domicílio dos profissionais de saúde, na maioria das vezes, Miguel Lopes disse que esse objetivo é difícil de alcançar devido à falta de recursos.
Mas, continuou, existem atualmente “outros instrumentos, outras ferramentas” tecnológicas que permitem dar reposta aos utentes.
“Existem hoje instrumentos de telesaúde que nos permitem monitorizar doentes à distância e que permitem ter um contacto direto com o cidadão, ou seja, este é um modelo hibrido de cuidados virtuais domiciliários”, explicou.
A par do sistema de telesaúde, a ULS pretende ter no terreno “equipas 24 horas por dia a fazer o acompanhamento destes doentes e, caso seja necessário, esta equipa dirige-se ao domicílio do doente e resolve a situação sem que o doente tenha de se deslocar às urgências”, acrescentou.
Questionado pela Lusa, Miguel Lopes disse que ainda não foi feito um levantamento sobre os custos e número de profissionais de saúde que um projeto desta natureza poderá envolver, mas o “compromisso” passa por implementar uma “estratégia de mudança” na resposta aos doentes.
Em termos da hospitalização domiciliária, o responsável indicou que já existe uma unidade deste tipo em Elvas, com 20 camas, que permite à ULSAA controlar doentes que, antes de se dirigirem às urgências, contactam a unidade.
Quando existe uma solicitação, caso a ULSAA sinalize que possui capacidade de resposta, a equipa desloca-se ao terreno, ao encontro do utente, indicou.
A unidade de Elvas é “um projeto-piloto com grande evidência” e a ULSAA foi considerada “a terceira unidade que mais resposta dá à população que serve”, realçou.
De acordo com Miguel Lopes, a ULSAA vai avançar, no dia 15 de fevereiro, com a abertura de uma nova unidade de hospitalização domiciliária, afeta ao hospital de Portalegre.
Esta valência vai arrancar com 10 camas, devendo depois expandir-se até um máximo de 20 camas, revelou.
O presidente acrescentou que, “a par destas 10 camas em Portalegre, [a ULSAA vai] abrir uma unidade pioneira de hospitalização domiciliária de reabilitação, em Elvas, com 10 camas”.
E, além de Elvas e Portalegre, como a ULS quer estender o projeto a toda a região de Portalegre, tem ‘em carteira’ a abertura de mais “uma unidade de hospitalização domiciliária, com 10 camas, em Ponte de Sor”, disse.
A ULSAA é composta por 16 centros de saúde com 68 extensões no distrito de Portalegre e dois hospitais (Portalegre e Elvas).