As autoridades da região semiautónoma chinesa de Hong Kong impuseram hoje novas restrições a sete ativistas pró-democracia exilados e prometeram punir qualquer pessoa, associação ou empresa que apoie os dissidentes.
O secretário de Segurança, Chris Tang Ping-keung, invocou a lei de segurança nacional, imposta pelo Governo Central da China em 2020, para aplicar uma série de restrições aos sete ativistas.
A lista é composta pelos antigos deputados Ted Hui Chi-fung e Dennis Kwok Wing-hang, o empresário Elmer Yuen Gong-yi, a diretora da organização Hong Kong Democracy Council ('Conselho Democrático de Hong Kong', com sede nos Estados Unidos), Anna Kwok Fung-yee, as antigas ativistas estudantiis Joey Siu Lam e Frances Hui Wing-ting e o advogado Kevin Yam Kin-fung.
As ações impedem a disponibilização ou negociação de fundos, limitam diversas atividades relacionadas com o setor imobiliário e proíbem pessoas, empresas e associações de colaborar com os fugitivos.
O Governo de Hong Kong cancelou os passaportes dos sete dissidentes e, no caso de alguns deles, as acreditações profissionais foram suspensas e foram afastados de cargos de gestão de empresas.
Até ao momento, Hong Kong emitiu mandatos de detenção de pelo menos 20 antigos advogados e ativistas residentes em países como o Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.
Seis destes indivíduos foram hoje adicionados à lista de pessoas sob investigação policial por alegados crimes de “conluio com forças estrangeiras” e “incitamento à secessão e subversão”.
Desde dezembro de 2023 que a polícia de Hong Kong oferece recompensas no valor de um milhão de dólares de Hong Kong (menos de 120 mil euros) por informações que conduzam à captura dos ativistas residentes no estrangeiro, acusados de crimes contra a segurança nacional.
Em junho, o Governo de Hong Kong já tinha imposto restrições semelhantes a seis ativistas pró-democracia residentes no Reino Unido, acusados de crimes contra a segurança nacional.
Os ativistas são Nathan Law Kwun-chung, fundador do partido político Demosisto e antigo deputado, Simon Cheng Man-kit, cofundador do grupo “Hong Kongers in Britain” (Cidadãos de Hong Kong na Grã-Bretanha), o sindicalista Christopher Mung Siu-tat, o advogado Johnny Fok Ka-chi, Tony Choi Ming-da e Finn Lau Cho-dik.
A polícia de Hong Kong alertou que qualquer pessoa que ajude algum dos ativistas a contornar as restrições “comete um crime e arrisca uma pena de prisão por sete anos, em caso de condenação”.
A entrada em vigor da nova lei de segurança em março – quatro anos depois de Pequim ter imposto uma lei semelhante que praticamente eliminou a dissidência política – agravou as preocupações com a erosão das liberdades em Hong Kong, cidade vizinha de Macau.