Os autarcas dos concelhos servidos pelo Serviço de Urgência Básica (SUB) de Castro Verde, no distrito de Beja, estão satisfeitos com a evolução “francamente positiva” no funcionamento previsto desta resposta nos meses de novembro e dezembro.
É de “anotar a evolução francamente positiva no funcionamento previsto no SUB de Castro Verde”, que, este mês, “tem agora previsão de fecho somente 12 horas no dia 22 e seis horas no dia 29”, pode ler-se no comunicado da Câmara de Castro Verde, enviado hoje à agência Lusa.
Segundo a mesma nota do município, já quanto a dezembro, o serviço “funcionará todo o mês sem interrupções”.
Os presidentes das câmaras municipais de Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Beja, Mértola, Moura e Ourique estiveram reunidos, na segunda-feira, em Beja, com o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d’Almeida, e com o presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, José Carlos Queimado.
Após esta reunião, António Gandra d’Almeida deslocou-se ao Algarve, para uma visita ao hospital de Portimão, no distrito de Faro, tendo abordado com os jornalistas os problemas relacionados com a SUB de Castro verde.
O diretor executivo do SNS garantiu, na ocasião, que "a esmagadora maioria" das escalas nas urgências de Castro Verde estão resolvidas, evitando o encerramento em novembro e dezembro.
“Assinalamos como positiva a evolução neste processo”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Castro Verde, António José Brito.
Segundo o autarca, “graças ao trabalho e ação dos presidentes de câmara e da população, foi possível criar soluções que, não sendo ainda as ideais, são muito diferentes, para melhor, daquilo que estava previsto”.
António José Brito frisou ainda que os autarcas “vão ficar muito vigilantes com este quadro de dificuldades e, em conjunto, não deixarão de exigir soluções duradouras e sólidas na SUB de Castro Verde e nos serviços de saúde em geral”.
Os órgãos autárquicos e habitantes de Castro Verde manifestaram, na sexta-feira, “profundo desagrado” com os possíveis dias de fecho das urgências locais e exigiram à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, medidas para a normalização do funcionamento deste serviço.
Numa reunião pública promovida pela câmara municipal, foi também aprovada a criação da Comissão Instaladora de Utentes dos Serviços de Saúde de Castro Verde.
No comunicado de hoje da Câmara de Castro Verde, é também referido que, na reunião com o diretor executivo do SNS, os autarcas presentes “registaram com muita preocupação o gravíssimo quadro de funcionamento previsto nas próximas semanas nos serviços de Pediatria e Obstetrícia no hospital de Beja”.
“Depois do encerramento registado na quinta-feira, dia 14, tudo aponta para novos episódios de fecho que, naturalmente, merecem firme condenação e preocupação dos municípios”, lê-se na nota.
Segundo os eleitos, “esta situação poderá implicar a transferência de crianças doentes e de mulheres grávidas para Évora ou Faro, num procedimento que os autarcas não aceitam”.
Por isso, na reunião, foram exigidas ao diretor executivo do SNS “soluções rápidas e eficazes que permitam superar esta situação totalmente indesejável e inaceitável”.
Durante o encontro com António Gandra d’Almeida, os autarcas assinalaram ainda a sua “profunda apreensão com a muito evidente escassez de médicos nos concelhos de Aljustrel e Mértola e no SUB de Moura”.
Os sete presidentes de câmara manifestarem a “completa disponibilidade” destes municípios para colaborarem com a ULSBA e o Ministério da Saúde com vista a “que os graves problemas identificados sejam rapidamente resolvidos”.