A estrutura dos Açores do Sindicato Independente Dos Técnicos Auxiliares de Saúde (SITAS) afirmou que o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “não liquidou” a dívida com os trabalhadores, tendo solicitado uma reunião urgente com a secretária da Saúde.
“Em pleno outubro, o HDES não liquidou a sua dívida com os seus trabalhadores, que continuam a se desdobrar para colmatar todos os turnos que existem, entre o HDES, CUF e Clínica Bom Jesus”, refere o sindicato em nota de imprensa.
O SITAS/Açores sustenta a sua acusação numa nota interna que o maior hospital de Ponta Delgada enviou em resposta a um pedido um esclarecimento feito pelo sindicato, em 17 de outubro.
Na "reunião com urgência" que pediu à secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, o sindicato pretende debater a aplicação da carreira dos técnicos auxiliares de saúde nos Açores, a par da “falta de pagamento, por parte do HDES, do subsídio compensatório de deslocação” e os contratos covid-19.
“Não pode esse sindicato compactuar, com as sucessivas falhas, que todo o sistema de saúde regional está a ter com os técnicos auxiliares de saúde nos Açores, desde a sua carreira, que por força legislativa, já deveria estar em vigor desde janeiro de 2024”, afirma o SITAS/Açores.
Acrescem as “falsas promessas dadas pelo Governo Regional, de que os trabalhadores ao abrigo dos contratos covid-19 iriam ser regularizados”, segundo o sindicato.
A estrutura representativa ressalva ter questionado a secretária regional “de forma direta e clara por ofício, em 24 de setembro de 2024”, mas “não falta de surpresa, mantém-se em pleno silêncio, passado mais de um mês”.
De acordo com o SITAS/Açores, o Governo dos Açores “lançou no seu próprio ‘site’ a regularização em 18 de outubro de 2023”, mas “até à presente data, o processo não avançou, deixando esses tantos trabalhadores, em instabilidade, e com um contrato precário”.
O SITAS/Açores já havia manifestado em agosto “profunda preocupação” com a demora na implementação da carreira na Região Autónoma dos Açores e pediu ao Governo Regional que cumpra com a legislação em vigor.
Num comunicado de imprensa assinado pelo dirigente do SITAS/Açores João Mota, o sindicato exigiu que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) cumpra com a legislação em vigor e proceda, “de forma urgente”, à implementação da carreira de técnico auxiliar de saúde na região.
“Os trabalhadores da saúde merecem respeito e reconhecimento pelo seu trabalho essencial”, afirma.
De acordo com o sindicato, os técnicos auxiliares de saúde, “que desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados de saúde à população açoriana, estão a ser penalizados financeiramente, com uma perda mensal de 49,84 euros face ao salário base”.
Além disso, a diferença nos valores das horas extraordinárias “também está a afetar negativamente os seus rendimentos”.