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Nova administradora do HDES quer renegociar dívida com fornecedores

Lusa
25-10-2024 17:41h

A nova presidente do Conselho de Administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, nos Açores, disse hoje que se quer reunir com os fornecedores para renegociar uma dívida de 65 milhões de euros.

“Estamos a preparar um plano estratégico que passará, seguramente, por reunir com todos os fornecedores e discutir a eventualidade de um desconto financeiro, de modo a proporcionar o compromisso do pagamento ao longo de um período de tempo de tempo e de forma faseada”, explicou Paula Macedo.

A nova presidente, indigitada pelo Governo Regional dos Açores, falava durante uma audição na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Regional, reunida em Ponta delgada.

Paula Macedo, que irá acumular, provisoriamente, as funções de diretora clínica e de presidente do Conselho de Administração do HDES, admitiu que o pagamento de dívidas a fornecedores tem constituído uma dificuldade para a administração da maior unidade de saúde dos Açores.

“Não tem havido a capacidade de alterar este percurso natural de aumento do peso da dívida”, reconheceu a nova administradora, acrescentando que é necessário criar um plano estratégico que ajude a minimizar o problema, acrescentando que o pagamento aos fornecedores locais tem sido feito a 60 dias.

A nova presidente disse também que pretende reduzir as listas de espera em cirurgia (que voltaram a aumentar depois do incêndio que ocorreu em 04 de maio), investindo na cirurgia de ambulatório, que não obriga os pacientes a ficarem internados durante vários dias.

“As especialidades que têm maior lista de espera são cirurgia geral, ortopedia e otorrinolaringologia, que representam 60% da lista de intervenção cirúrgica no HDES”, realçou Paula Macedo, acrescentando que “tem de haver um maior financiamento” para o pagamento aos médicos, destinado ao combate às listas de espera.

Segundo explicou, o novo Conselho de Administração está a preparar um “plano funcional” para o HDES, para os próximos 25 anos, que contempla a realização de obras estruturais no edifício danificado pelas chamas, mas também um reforço dos recursos humanos, que continua a ser um dos principais problemas da unidade hospitalar insular.

“A decisão dos médicos não passa, exclusivamente, por uma ajuda financeira, mas passa seguramente por saber o que se faz e como se faz e qual o reconhecimento e satisfação profissional, o que significa que os serviços têm de estar em franca expansão, com tecnologia avançada e com diferenciação, que é aquilo que a nova geração quer”, justificou.

Paula Macedo, que foi uma das grandes defensoras da aquisição de um hospital modular em Ponta Delgada (que permitiu reabrir os serviços de urgência e o bloco operatório de forma provisória), admitiu também que esta opção, que custou aos cofres da região cerca de 23 milhões de euros, provocou “alguma tensão no seio da administração”.

O incêndio que deflagrou no dia 04 de maio no Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, teve origem “numa das duas baterias de correção do fator de potência” e foi combatido durante cerca de sete horas pelos bombeiros voluntários, obrigando à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região, provocando um prejuízo estimado de 24 milhões de euros.

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