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Médio Oriente: OIM pede 30 ME para necessidades humanitárias do Líbano até dezembro

LUSA
24-10-2024 13:25h

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu hoje a doação de 30 milhões de euros para cobrir as necessidades humanitárias urgentes do Líbano e alertou para a necessidade de dar acesso a quem vai salvar vidas.

O apelo foi apresentado aos participantes da Conferência Internacional de Apoio ao Povo e à Soberania do Líbano, que decorre em Paris, a quem a agência da ONU lembrou existirem já mais de 2.000 mortos e 800.000 deslocados naquele país na sequência do recente conflito com Israel.

Segundo a organização, são precisos 32,4 milhões de dólares (cerca de 30 milhões de euros) para cobrir as necessidades mais urgentes até dezembro de 2024, incluindo ajuda essencial, apoio à preparação para o inverno, cuidados de saúde, abrigo, proteção, apoio psicológico e acompanhamento de deslocações.

O pedido faz parte de um apelo maior da ONU, no valor de 426 milhões de dólares (395 milhões de euros), lançado a 01 de outubro para responder às necessidades até ao final do ano.

“Uma maior deterioração das condições humanitárias terá consequências terríveis para os civis”, argumentou a OIM, em comunicado, pedindo à comunidade internacional que “trabalhe urgentemente no restabelecimento da paz no Líbano e na mobilização de mais recursos para responder à terrível crise humanitária”.

Numa “mensagem de solidariedade para com todas as pessoas no Líbano”, o vice-diretor-geral de operações da OIM, Ugochi Daniels, defendeu que é preciso “ações concretas para acabar com as hostilidades” e “acesso para levar ajuda que salva vidas a centenas de pessoas”.

No último mês, Israel tem bombardeado fortemente o íbano e lançou uma invasão terrestre para aniquilar o grupo xiita libanês Hezbollah, que ataca o país vizinho desde 08 de outubro do ano passado, em solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas.

O Governo libanês, sem recursos financeiros, está mal preparado para lidar com a crise e com o aumento das necessidades, nomeadamente, do sistema de saúde, e vários hospitais foram evacuados devido aos ataques aéreos.

O Líbano já estava a recuperar de uma crise política e socioeconómica prolongada antes da escalada do conflito com Israel, com mais de 3,7 milhões de pessoas a necessitar de assistência humanitária.

A atual A crise afetou tanto a população libanesa, como os refugiados e os migrantes, com mais de um milhão de pessoas deslocadas ou refugiadas, incluindo sírios que regressaram ao seu país de origem em busca de segurança.

“Todos eles necessitam urgentemente de abrigo, alimentos, produtos de higiene, cuidados de saúde, proteção e apoio”, sublinha a OIM.

Segundo adianta, a agência recebeu, desde o início deste mês, mais de 1.500 novos pedidos de pessoas que procuram apoio para regressar aos seus países, elevando o número total de pedidos para mais de 3.000 desde o final de setembro. Além disso, várias embaixadas procuraram a OIM para ajudar a retirada de mais de 18.000 dos seus cidadãos.

Hoje, na conferência internacional sobre o Líbano, a França – que mantém laços históricos com Beirute desde a I Guerra Mundial – anunciou que vai doar 100 milhões de euros de apoio, enquanto a Itália prometeu uma nova ajuda de 10 milhões de euros e a Alemanha de mais 60 milhões de euros.

A conferência que decorre hoje envolve ministros e funcionários de mais de 70 países e organizações internacionais, incluindo a União Europeia e parceiros regionais.

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