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JPP admite usar meios judiciais para pressionar abertura do hospital de Ponta Delgada

LUSA
23-10-2024 18:16h

O JPP/Açores admitiu hoje recorrer aos meios judiciais caso o hospital de Ponta Delgada não seja reaberto nos próximos dias e desafiou a secretária da Saúde a apresentar um relatório pormenorizado sobre a reabilitação da unidade.

Em declarações à agência Lusa, o líder do JPP nos Açores adiantou que o partido vai avançar com todas as “ações necessárias” para reabrir o Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que sofreu um incêndio em 04 de maio, caso o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) não o faça nos “próximos dias”.

“O JPP já está a equacionar seriamente a possibilidade, junto do gabinete jurídico que nos presta assistência, de mover as ações necessárias, incluindo as judiciais, para pressionar o governo a resolver esta situação”, disse Carlos Furtado.

Por outro lado, o responsável pelo JPP/Açores desafiou a secretária da Saúde, Mónica Seidi, a apresentar um “relatório pormenorizado de todas as ações que foram feitas na reabilitação do HDES após o incêndio” e de “todas aquelas que ainda faltam fazer” e que, no “entendimento da tutela, condicionam a reabertura do hospital”.

“O HDES só não abre porque não querem, porque há condições para a reabertura. Todas as situações graves que existiam na recuperação do edifício foram resolvidas, com a exceção da zona de cozinha e alguns espaços conexos”, salientou.

O HDES, em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região, causando prejuízos estimados em 24 milhões de euros.

Em julho, o presidente do Governo dos Açores, o social-democrata José Manuel Bolieiro, afirmou que o hospital modular, orçado em 12 milhões de euros, vai garantir uma transição de “excelência” até à requalificação estrutural do HDES, tratando-se de uma “solução técnica” antes de ser uma opção política.

Hoje, Carlos Furtado (que já foi deputado e líder regional do Chega) considerou que condicionar a reabertura total do HDES devido à obra estrutural na infraestrutura “não é um argumento de um político responsável”.

“Esse argumento não convence ninguém. Isso é o mesmo do que dizer que enquanto existirem obras na cozinha não se servem almoços lá em casa”, ironizou.

O líder do JPP/Açores, partido que não tem assento no parlamento açoriano, defendeu ainda a realização de uma comissão parlamentar de inquérito às “decisões pós-incêndio” do Governo Regional.

“O que está aqui em causa é que o governo quer arranjar uma utilidade para a estrutura modular que comprou e agora escuda-se nessa situação, porque se abrir o HDES vai esvaziar o modular e isso vai constituir um fracasso para o governo”, declarou, insistindo que não se pode “condicionar a qualidade dos serviços de saúde prestados aos micaelenses só por uma teimosia injustificada do Governo dos Açores” e prometendo ir “até às últimas consequências”.

Em 08 de outubro, o presidente do Governo dos Açores defendeu a aposta na infraestrutura modular até à modernização do hospital de Ponta Delgada, que deverá incluir um centro tecnológico universitário, alertando que não será uma “transição a curto prazo”.

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