O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou hoje estar “horrorizado” com o ataque aéreo israelita perpetrado na véspera perto de um hospital em Beirute, Líbano, e apelou a uma “investigação rápida e exaustiva”.
“Estou horrorizado com o ataque aéreo israelita perto do hospital Rafic Hariri, no bairro densamente povoado de Jnah, em Beirute, que terá matado pelo menos 18 pessoas, incluindo quatro crianças, e ferido cerca de outras 60”, afirmou o representante, num comunicado.
“Os princípios fundamentais do direito humanitário internacional relativos à proteção dos civis devem ser respeitados”, acrescentou.
No mais recente balanço divulgado pelo Ministério da Saúde libanês, o ataque aéreo israelita às imediações do hospital, o mais importante da capital libanesa, é de 18 mortos, um deles uma criança.
O número total de feridos é de 57, dos quais 17 tiveram de ser hospitalizados, de acordo com a mesma fonte, que especificou que há sete pessoas em estado grave.
O ministério admitiu que não é de excluir que o número de mortos aumente nas próximas horas.
O Ministério da Saúde libanês também denunciou que o edifício do hospital sofreu “danos significativos” na sequência do ataque.
Durante a campanha de bombardeamentos israelitas que têm visado o Líbano desde setembro várias instalações médicas têm sido atingidas. A par da ofensiva aérea, as forças israelitas avançaram no início deste mês com uma incursão terrestre.
As autoridades libanesas afirmaram igualmente que 2.546 pessoas foram mortas em ataques levados a cabo pelas forças armadas israelitas durante o ano passado, um número que aumentou acentuadamente desde o início de setembro, quando Telavive intensificou a sua ofensiva contra as milícias do movimento xiita libanês pró-iraniano Hezbollah.
O ministério estima que 63 pessoas foram mortas em solo libanês no último dia, enquanto outras 234 ficaram feridas. O número total de feridos ascende atualmente a 11.862, segundo o diário libanês “An Nahar”.
Entretanto, o exército israelita anunciou, na segunda-feira, a existência de um ‘bunker’ do Hezbollah, debaixo das instalações do Hospital Sahel, na capital libanesa, que guardava centenas de milhões de dólares em ouro e dinheiro.
O anúncio israelita levou à evacuação das instalações hospitalares, devido ao receio de que pudessem ser alvo de bombardeamentos.
O exército israelita desencadeou uma nova invasão do Líbano após semanas de pesados bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação, na sequência de mais de 11 meses de combates com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O recrudescimento das hostilidades insere-se nos combates iniciados há mais de um ano, depois de o Hezbollah ter atacado o território israelita um dia após os atentados de 07 de outubro de 2023 do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas.
Na sequência destes ataques, ocorridos no sul do território israelita e que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 42.700 pessoas, a maioria civis.