A Liga Portuguesa Contra o Cancro considerou hoje que a decisão do Governo de alargar a faixa etário do rastreio do cancro da mama a partir dos 45 anos é um “passo em frente na luta contra o cancro”.
Citado no comunicado, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro da Mama afirma estar "muito satisfeito com este passo em frente na luta contra o cancro".
"Congratulamo-nos por Portugal priorizar a prevenção e a deteção precoce, alinhando as suas políticas com as melhores práticas europeias", salienta Vítor Veloso.
A secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, adiantou hoje à Lusa que a idade mínima para o rastro do cancro da mama vai baixar para os 45 anos e que espera apenas a publicação da norma da Direção-Geral de Saúde (DGS) para a medida avançar.
O Governo “já falou com a Direção-Geral de Saúde [DGS] para fazer o alargamento do rastreio do cancro da mama a mulheres a partir dos 45 anos”, tal como é indicado a nível europeu.
“Nós tomamos decisões políticas, mas todos estes trabalhos têm que se basear em normativas técnicas e indicações técnicas pelo que a Direção-Geral de Saúde já está a trabalhar na norma relativamente ao rastreio do cancro da mama e contamos que no espaço de mês e meio a dois meses esteja publicada”, avançou a governante na data em que se assinala o Dia Mundial do Cancro da Mama.
A partir daí, “todas as mulheres a partir dos 45 anos vão ter acesso ao rastreio do cancro da mama”, afirmou Ana Povo.
Congratulando a decisão da tutela, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro salienta que a inclusão destes grupos etários “fortalece a saúde pública”.
“O alargamento vai permitir obter um maior número de diagnósticos precoces e, consequentemente, de tratamentos menos invasivos e mais eficazes, contribuindo para uma diminuição significativa da incidência de cancros invasivos e da mortalidade específica por cancro da mama”, acrescenta.
Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 9.000 novos casos de cancro da mama e mais de 2.000 mulheres morrem com esta doença, segundo dados divulgados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
Segundo a LPCC, que desenvolve o programa de rastreio em colaboração com os cuidados de saúde primários, até ao final de 2022 foram realizadas mais de 5,3 milhões de mamografias de rastreio e encaminhadas para diagnóstico e tratamento mais de 30.000 mulheres, o que permitiu um tratamento menos agressivo, mais eficaz e, mesmo em muitos casos, a cura total.
Habitualmente, são enviadas cartas-convite às mulheres em idade rastreável, atualmente entre os 50 e os 69 anos, inscritas nos centros de saúde para realizarem, sem custos, uma mamografia.
As Unidades Móveis de Rastreio de Cancro da Mama são deslocadas para os concelhos em intervalos de dois anos e estacionam normalmente junto do centro de saúde local.