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Penso que monitoriza feridas criado por alunos e investigadores do Politécnico da Guarda

LUSA
18-10-2024 11:36h

Um “penso inteligente” que protege, trata e monitoriza feridas através da cor, criado por alunos e investigadores do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), foi apresentado no Congresso de Feridas, que hoje termina naquela cidade.

O penso “Colorwound” – apresentado no congresso científico organizado pela Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda em parceria com o IPG - permite perceber, através das cores que assume, se as feridas têm focos de infeção ou se já estão a cicatrizar.

A docente e investigadora de Ciências Biomédicas e Bioanalíticas do IPG Sónia Miguel, que coordena o projeto “Colorwound”, explicou que se trata de “uma ideia simples, mas muito inovadora e eficaz, que responde com precisão à dificuldade de saber o momento certo para substituir os pensos dos pacientes”.

“É também um contributo para a redução de custos e desperdícios associados aos cuidados primários de tratamento de feridas”, frisou.

O subdiretor da Escola Superior de Saúde da Guarda, Maximiano Ribeiro, referiu que, “quer nos projetos de investigação”, quer nos cursos da área da saúde, o IPG “dá, há anos, uma atenção especial aos desafios de saúde colocados pelas feridas e pela procura das melhores soluções para as tratar”.

O responsável aludiu também a outro projeto do IPG, o “BIO-LIGNE”, que desenvolve a transformação da lignina (subproduto da pasta de papel) em materiais inovadores para a administração de medicamentos e que poderá ter aplicação no tratamento de feridas.

“São vários os projetos de ciência aplicada e de formação de profissionais que o IPG tem em curso no âmbito das feridas, nomeadamente mestrados, que vão continuar a produzir resultados relevantes no futuro”, considerou Maximiano Ribeiro.

A edição deste ano do congresso tem como novidade a realização de um curso pós-congresso, no sábado, que será dedicado às “Últimas tendências no tratamento da úlcera de perna” e que se destina a enfermeiros, médicos, alunos do curso de licenciatura de Enfermagem e a outros profissionais de saúde e da área social.

Segundo o coordenador da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas da ULS da Guarda, Joaquim Nércio, “este é o maior congresso científico da região da Guarda, que reúne cerca de 700 participantes e envolve todas as instituições do distrito ligadas à saúde”.

“O grande objetivo deste congresso é melhorar o conhecimento e as práticas clínicas direcionadas para as pessoas portadoras de feridas, para tentar preveni-las e tratá-las da melhor forma, no sentido de melhorar a sua qualidade de vida”, explicou.

O Congresso de Feridas pretende ser “não apenas uma oportunidade de aprendizagem, mas também um espaço para fortalecer a rede de profissionais dedicados à excelência no cuidado com os doentes”.

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