A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou hoje que Israel impediu a passagem de duas missões para o norte da Faixa de Gaza, pedindo respeito pelas operações humanitárias, já que a região “quase não tem serviços de saúde”.
O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou, na rede social X, que uma equipa da OMS não conseguiu realizar a retirada médica de doentes em estado crítico de três hospitais da zona “devido a atrasos de até 10 horas nos postos de controlo”.
“A missão do Hospital Al Sahaba de entregar combustível, bolsas de sangue e material médico foi rejeitada em duas ocasiões”, criticou, referindo que já foram “rejeitadas ou impedidas” sete missões da OMS no norte de Gaza.
Por isso, a organização de saúde apelou a Israel para que “deixe de emitir ordens de evacuação” e “proteja os hospitais” da zona, além de “trabalhar para um cessar-fogo”.
“Todos os que estão envolvidos neste conflito precisam de paz”, concluiu Tedros.
Os militares israelitas emitiram na segunda-feira novas ordens de retirada dos residentes do norte do enclave, exigindo-lhes que se dirigissem para a designada “zona humanitária” no sul.
As autoridades de Gaza, controladas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), denunciaram que a medida afeta vários hospitais.
A ofensiva de Israel contra Gaza foi lançada após os ataques do Hamas a 07 de outubro de 2023, que fizeram cerca de 1.200 mortos e quase 250 sequestrados, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou ataques diários contra o Hamas e a Faixa de Gaza, provocando a morte de mais de 42 mil palestinianos, a destruição da maioria das infraestruturas da região e a fuga de casa de quase dois milhões de pessoas.