A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, anunciou ontem à noite, após um encontro com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Roma, que a Itália vai acolher a próxima conferência sobre a reconstrução da Ucrânia em julho.
“A Ucrânia não está sozinha e nós estaremos ao vosso lado enquanto for necessário”, garantiu Meloni, em declarações aos jornalistas, especificando que o evento terá lugar em 10 e 11 de julho de 2025.
A Itália apoia firmemente Kiev na sua luta contra as forças russas, enviando ajuda e armas, embora considere que estas últimas só devem ser utilizadas dentro do território ucraniano.
Meloni explicou que o apoio de Roma visa “colocar a Ucrânia nas melhores condições possíveis para construir uma base de negociação para a paz, uma paz que não pode ser capitulação”.
Zelensky garantiu hoje, em Paris, que um cessar-fogo com a Rússia não esteve em discussão com os aliados europeus, acusando a propaganda russa de ter espalhado essa informação.
O chefe de Estado ucraniano pediu um maior apoio ocidental à medida que se aproxima um inverno difícil.
O governante ucraniano foi nos últimos dias a Londres e Paris, sendo recebido na sexta-feira de manhã pelo papa Francisco no Vaticano, antes de viajar para Berlim.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.