O Programa Regional de Literacia em Saúde dos Açores começou hoje a ser implementado e o objetivo, segundo a secretária regional da Saúde, é dar ferramentas para que as pessoas possam tomar as melhores escolhas.
“Um dos objetivos do Plano Regional [da Saúde] é corresponsabilizar os cidadãos pelas escolhas que fazem e as pessoas decidem tanto melhor quanto mais informação têm. [Queremos] dotar os cidadãos de informação para que possam fazer as suas próprias escolhas com responsabilidade e, naturalmente, fazerem as melhores escolhas para a sua saúde”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi.
A governante falava à margem de uma ação para idosos no Lar D. Pedro V, na Praia da Vitória, desenvolvida pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde.
A entidade, parceira do executivo açoriano, tem já outras atividades programadas na região sobre tabagismo, nutrição ou saúde mental.
Hoje, em dois lares de idosos da ilha Terceira, foram pedidos contributos aos utentes sobre o que consideravam mais importante na promoção da sua saúde.
“O programa tem essa preocupação de passar mensagens adequadas às faixas etárias. Estamos aqui com população idosa, mas também teremos outro tipo de mensagens, por exemplo, para crianças, com jogos que queremos implementar nas escolas”, salientou Mónica Seidi.
Segundo a secretária regional, independentemente do público-alvo, “o importante é escolher a mensagem certa para que possa haver recetividade e que a mensagem transmitida seja consequente e tenha um efeito positivo na vida das pessoas”.
O Programa Regional de Literacia em Saúde é um dos três principais eixos do Plano Regional de Saúde dos Açores até 2030, que integra 11 programas.
Segundo o plano, disponível na página da direção regional da Saúde e consultado pela Lusa, o programa de literacia para a saúde tem como metas “a determinação, pelo menos a cada três anos, do nível de literacia da população açoriana, com recurso ao instrumento Health Literacy Survey (HLS)” e a “melhoria do nível global de literacia em saúde e das suas componentes mais deficitárias”.
O programa prevê uma “avaliação inicial e periódica dos níveis e graus de literacia em saúde da população açoriana” e, em função desses níveis, “a determinação da população/grupos-alvo de intervenção prioritária”.
Está previsto “o desenvolvimento de ações de saúde ao longo do ciclo de vida do indivíduo” e um destaque da “importância da navegabilidade e da digitalização do setor da Saúde”.
A formação em literacia em saúde deverá, numa fase inicial, “ser direcionada aos profissionais do Serviço Regional da Saúde e da Direção Regional da Saúde” e é proposta a ativação de “parceiros estratégicos e da mobilização social”.
Segundo o documento, os propósitos do programa para a literacia em saúde devem convergir os do programa de saúde escolar.
O Plano Regional de Saúde refere que “a evidência tem demonstrado que na promoção da literacia em saúde reside a resposta para muitos dos desafios com que atualmente os ecossistemas de saúde se deparam, nomeadamente, as desigualdades ao nível do acesso serviços e cuidados de Saúde, a esperança média de vida, a morbilidade e a mortalidade”.
Nesse sentido, a literacia em saúde é apontada como “recurso basilar necessário ao melhoramento do ecossistema da saúde e à sua sustentabilidade”.
“O investimento na promoção da literacia em Saúde pressupõe uma abordagem global e positiva da Saúde, em que os indivíduos apresentam quatro tipos de competências-chave, designadamente: aceder, compreender, avaliar e aplicar a informação sobre saúde. Neste sentido, a literacia em saúde é entendida enquanto um determinante da saúde, uma forma de impulsionar a equidade em saúde e uma estratégia de empoderamento”, lê-se documento.