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Universidade de Coimbra cria biossensores que ajudam na deteção da doença de Parkinson

LUSA
09-10-2024 10:26h

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu biossensores que podem diferenciar as estruturas de uma proteína ligada ao Parkinson, auxiliando na deteção da doença, anunciou hoje aquela instituição de ensino.

O projeto OLIGOFIT - Oligomer-Focused Screening and Individualized Therapeutics to target Neurodegenerative Disorders, através da FCTUC, tem contribuído especificamente para desenvolver estratégias de deteção da doença que se relacionam com marcadores proteicos conhecidos e a sua agregação, revelou aquela Faculdade, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A doença de Parkinson é uma das várias condições classificadas como sinucleinopatias, que estão intimamente ligadas à presença da proteína alfa-sinucleína - responsável pela formação de depósitos anormais conhecidos como corpos de Lewy, que interferem com o funcionamento do cérebro.

“Este projeto centra-se na capacidade dessa proteína adotar diferentes formas de acordo com a sua agregação, que impactam na evolução da doença”, explicou a professora do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e investigadora do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE), Goreti Sales, citada no comunicado.

Durante a investigação, “o projeto permitiu analisar monómeros, oligómeros e estruturas fibrilares da proteína, investigando a sua relevância para a doença e estudando meios capazes de capturar os agregados indesejados”.

“No DEQ, desenvolvemos biossensores capazes de diferenciar as estruturas de alfa-sinucleína, uma vez que existe uma relação entre as manifestações clínicas e as estruturas agregadas de proteína”, adiantou.

Além disso, estes biossensores poderão, no futuro, ajudar a monitorizar a evolução da doença.

“Vamos imaginar que um médico prescreve ao doente um medicamento que retarda a sintomatologia, os biossensores devem poder avaliar o efeito dessa medicação na formação desses agregados, antes até de a pessoa sentir o impacto da mesma”, concluiu.

Segundo a FCTUC, esta investigação integrou uma equipa multidisciplinar e representa mais um passo na compreensão desta doença e na procura de tratamentos individualizados, contribuindo para uma abordagem mais eficaz no combate a esta condição.

A doença de Parkinson, uma condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que se instala ao longo de vários anos, é habitualmente diagnosticada com base em sintomas cardinais, como tremores e rigidez de movimento.

No entanto, esses sinais indicam um estado mais avançado da doença, “que torna o diagnóstico precoce uma necessidade urgente”, defendeu a FCTUC.

O projeto OLIGOFIT, liderado pela Universidade de Oxford, contou ainda com a participação de investigadores das universidades de Aarhus (Dinamarca), Coimbra (Portugal), Göttingen (Alemanha) e Warsaw (Polónia), bem como do Latvian Biomedical Research and Study Centre (Letónia).

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