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Mais de 60% crê que aumentar salários do pessoal poderia melhorar SNS - estudo

LUSA
03-10-2024 12:40h

Mais de 60% dos portugueses pensa que aumentar os salários dos profissionais de saúde poderia melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que satisfaz menos de metade dos cidadãos, indica um estudo internacional divulgado hoje.

Segundo o Relatório de Saúde 2024I da empresa farmacêutica STADA, apenas 49% dos inquiridos em Portugal estão satisfeitos com o SNS e o grau de satisfação caiu pelo terceiro ano consecutivo, depois de em 2022 ter atingido os 64% e em 2023 os 53%.

Para o estudo, foram entrevistadas “online” 2000 pessoas em Portugal, das 46.000 questionadas em 23 países.

A insatisfação dos utentes deve-se principalmente à qualidade dos cuidados (55% disse ter recebido ou conhecer alguém que recebeu cuidados inadequados), à dificuldade de atendimento (46% indicou ter dificuldade em conseguir uma consulta) e à desconfiança sobre o sistema público de saúde (43% declarou não confiar nos decisores políticos na área).

Quanto aos fatores de melhoria, foram destacadas a valorização e a experiência, com 65% a referir o aumento dos salários dos profissionais de saúde e 44% a pedirem que os decisores políticos ao nível dos cuidados de saúde tenham experiência na área.

Em termos de agrado com os serviços públicos de saúde, Portugal (49%) ocupa a 14.ª posição, abaixo da média europeia (56%). Fica atrás do Reino Unido (56%) e à frente de Itália (48%), numa lista liderada pela Bélgica (85% dos inquiridos satisfeitos) e que termina com a Hungria (26%).

O aumento da insatisfação não afeta a confiança dos portugueses na “medicina tradicional”, tendo 62% declarado confiar na mesma, 32% dos quais completamente (em 2022 eram 27%).

O relatório precisa que 43% dos questionados disseram confiar “que o médico e o farmacêutico sabem o que é melhor para si”, 42% indicaram ter beneficiado “dos efeitos da medicina tradicional” e 26% referiram confiar “na investigação de décadas e na metodologia rigorosa” que é aplicada.

De acordo com 55% dos sondados, “uma comunicação mais simples e empática” durante as consultas faria aumentar a confiança, enquanto 49% gostariam que fosse dada mais atenção aos cuidados prestados e às suas necessidades e 46% defendem uma abordagem menos parcial e que tenha em consideração a saúde física e mental.

Quanto às farmácias, 49% dos portugueses “gostariam que as opções de tratamento e medicação fossem mais baratas”, 44% de ter acesso a mais serviços de saúde (por exemplo testes de audição e visão) e 38% de também poderem ser atendidos “online”.

Em relação à confiança, Portugal está na 17% posição, abaixo da média europeia (69%), sendo o primeiro lugar da lista ocupado pela Finlândia (84%) e o último pela Bulgária (55%).

Das 2000 pessoas que integraram a amostra em Portugal, 53% era do género feminino e 42% tinha mais de 55 anos, enquanto 35% tinha entre 35 e 54 anos e 23% entre 18 e 34.

O Relatório de Saúde STADA, visando conhecer a opinião da população e promover o debate sobre o tema, é realizado anualmente desde 2015 e internacionalmente desde 2019.

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