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Incêndios: Área ardida em Amarante foi de cerca de 5.000 hectares

Lusa
20-09-2024 15:52h

A área ardida nos principais incêndios que lavraram nos últimos dias em Amarante, no distrito do Porto, foi de cerca de 5.000 hectares, de acordo com uma primeira estimativa autárquica.

Os dados hoje avançados à agência Lusa indicam que aquela área inclui as principais ocorrências de fogos rurais, em diferentes pontos do território, de terça a quinta-feira, não abrangendo ignições de menor dimensão.

Há registo de algumas casas devolutas e anexos agrícolas consumidos pelas chamas, decorrendo nesta fase o levantamento dos prejuízos. Nenhuma casa de primeira habitação foi afetada, segundo a fonte.

Nos três dias, os dois principais incêndios que concentraram as atenções dos meios de combate afetaram duas zonas opostas geograficamente. A primeira, declarada a meio da manhã de terça-feira, a Poente, em torno de Vila Meã, compreendendo sobretudo as freguesias de Travanca, Mancelos e Oliveira, com elevada densidade populacional e unidades fabris. Ali arderam sobretudo vastas áreas de mata e algumas zonas agrícolas.

Nesse território, de grande declive, devido aos ventos fortes, de Leste - segundo a proteção civil local os mais perigosos - ocorreram situações de casas e empresas ameaçadas pelo fogo, obrigando a posicionar os meios na defesa desses bens. Junto às zonas industriais, houve fábricas na iminência de serem tomadas pelas chamas, de acordo com relatos no local.

A segunda zona afetada foi em torno das freguesias a sul do concelho, numa das encostas da serra da Aboboreira (paisagem protegida), na patilha com o Marão, um território mais rural do que o de Vila Meã.

Carvalho de Rei, Carneiro, Bustelo, Gouveia e S. Simão foram as localidades de montanha mais afetadas, a partir da madrugada de terça-feira, quando foi declarada a ocorrência, com vastas áreas ardidas de mato e floresta. Também ali, face a projeções de chamas com centenas de metros provocadas pelo vento, ocorreram situações de casas isoladas ou pequenas aldeias, como Travanca do Monte, Gouveia e São Simão, quase cercadas pelas chamas.

Na quinta-feira, quando o fogo foi dado como extinto, ainda se observava em várias zonas junto às aldeias de Travanca e Guarda, grandes quantidades de fumo e restos de carvalhais destruídos pelas chamas.

Hélder Ferreira, da proteção civil municipal, disse à Lusa que se viveram, nos dois incêndios, situações de “grande dramatismo”, devido à insuficiência de meios de combate, o que também aconteceu na zona de Chapa/Aboim, no Norte do concelho. Ali, contou, as antigas de instalações de uma unidade industrial foram destruídas pelo fogo e as casas das redondezas só não tiveram o mesmo destino devido ao socorro prestado pelos bombeiros e por populares.

Já na zona de Telões, próxima da cidade, também ocorreu um incêndio, com várias ignições, que preocupou os meios devido à proximidade de áreas urbanas.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional. 

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