As autoridades sanitárias da província de Luanda preveem vacinar, em três dias, mais de 1,5 milhões de crianças, menores de cinco anos, contra a poliomielite, após ter sido detetado o vírus na capital angolana.
Segundo a coordenadora do Programa Alargado de Vacinação de Luanda, Felismina Neto, a campanha que decorrerá entre 06 e 08 deste mês, conta com a colaboração de 12 mil técnicos de saúde e voluntários.
Felismina Neto, em declarações à Televisão Pública de Angola, referiu que foi realizada uma recolha ambiental numa vala de esgoto em Luanda e fez-se o isolamento do vírus da pólio.
“Esse vírus foi localizado em Cacuaco, no Sequele, e também em Viana”, disse Felismina Neto, avançando que em outras províncias de Angola também foram encontrados vírus da pólio.
De acordo com a responsável, em Luanda não há registo de crianças que desenvolveram a doença, “mas o risco de estar no ambiente é grande, quando a criança não está protegida”.
“Por essa razão é que estamos a reforçar a imunidade das crianças com as três doses da pólio”, explicou a técnica.
No comunicado do Ministério da Saúde de Angola realça-se que a campanha de âmbito nacional será realizada porta a porta, nas igrejas, nos mercados e nas unidades sanitárias, apelando ao envolvimento e apoio de toda a sociedade civil, em especial pais e encarregados de educação, reforçando a necessidade de aderir à campanha essencialmente crianças que nunca receberam nenhuma dose da vacina.
O Fundo para a Infância das Nações Unidas (Unicef), parceiro do Governo nesta campanha, indica que o objetivo desta campanha é vacinar em três dias mais de 5,5 milhões de crianças em todo o país, estando mobilizados mais de 35 mil técnicos, para dar resposta à prevenção do risco de importação do poliovírus que circula na região de forma persistente nos últimos três anos.
Para o Unicef, a campanha é uma intervenção de crucial importância para manter os resultados alcançados pelo país, no que concerne à interrupção da circulação do vírus da pólio em Angola, considerando que o país já foi declarado livre da doença.
“Associado a este facto, está também a acumulação de um elevado número de crianças vulneráveis que não são vacinadas adequadamente contra a pólio, durante a vacinação de rotina, que resulta das lacunas crescentes na cobertura de vacinas e que continua a ser a principal causa e risco para os surtos no país”, destaca ainda esta agência das Nações Unidas.
A poliomielite é uma doença infecciosa causada pelo vírus da pólio e pode causar paralisia permanente às crianças.