O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) admite concentrar de forma definitiva as urgências de obstetrícia e pediatria na região de Lisboa, caso a nova comissão para esta área proponha essa solução, numa entrevista hoje ao Expresso.
António Gandra D´Almeida admitiu revisitar o plano da anterior direção executiva e tentar potenciar a rede das urgências de obstetrícia e pediatria na região de Lisboa.
“Foi feita agora uma comissão nova e as coisas vão mudar. A minha posição não é fechada. Temos de encontrar uma solução. Se for concentrar essas urgências e fixar um dos pontos da rede com uma urgência mais fortalecida, assim faremos”, referiu, na sua primeira entrevista desde que tomou posse, em maio.
O novo diretor executivo do SNS, que substituiu Fernando Araújo, garantiu que a sua equipa está a trabalhar em “muita proximidade” com os conselhos de administração e direções clínicas para alcançar “a melhor resposta possível”.
“Até agora não tivemos nenhuma grávida que não tivesse sido atendida, nenhuma criança que precisasse de neonatologia que não tivesse sido vista. E mesmo em Lisboa não tivemos grandes disrupções nem saídas de utentes para fora da sua área”, sublinhou, sobre os encerramentos das urgências de ginecologia e obstetrícia e de pediatria.
Questionado sobre o diálogo com as ordens do setor, médicos e enfermeiros, António Gandra D´Almeida garantiu que fala com toda a gente e instou todos os envolvidos a dizerem “quais são os diferentes níveis e como funcionam” as equipas de urgência.
“E pode ficar exatamente como está. A parte técnica é que tem de dizer claramente como é que vão funcionar as coisas. Não vai ser a DE-SNS que vai diminuir ou fazer alterações sem ouvir as partes competentes. Não devemos trabalhar por tentativa e erro. Devemos ser consistentes para termos resultados, para não andarmos com as limitações e os problemas ano após ano”, frisou na entrevista ao Expresso.
Gandra D´Almeida adiantou ainda que a DE-SNS já tem o plano de inverno pronto e “prestes a sair”, com o objetivo de executar uma “vacinação em massa” que considera fundamental e que será alargada a lares.
“Todas as unidades de saúde têm de ter o seu plano. Fizemos as normas orientadoras que devem constar e depois vamos verificar. E funcionar muito em rede e tentar prevenir aquilo que já sabemos hoje que vai ser muito duro”, sublinhou.
O diretor executivo do SNS explicou que pretende dar “uma resposta mais forte”, com a vacinação a ser estendida para os lares, para além dos centros de saúde e farmácias.