Os enfermeiros da Unidade Local de Saúde (ULS) de Trás-os-Montes e Alto Douro manifestaram-se hoje contra a precariedade, exigindo o pagamento “a todos” dos retroativos relativos ao reposicionamento das carreiras e o “fim da discriminação” entre profissionais.
Em declarações à Lusa, à margem de uma concentração daqueles profissionais, em frente ao Hospital de Vila Real, o coordenador da direção regional da Beira Alta do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Alfredo Gomes, explicou que esta concentração está inserida “numa grande ação” do sindicato que vai percorrer o país “do Minho ao Algarve” durante o mês de agosto.
“Quanto a esta ULS, temos aqui três grandes questões em causa: a precariedade de alguns profissionais, casos de desigualdade e discriminação e a falta de reconhecimento de alguns direitos por parte do conselho de administração”, referiu o sindicalista.
Quanto à precariedade, disse, “nesta ULS há cerca de 100 enfermeiros com contratos precários que estão a satisfazer necessidades permanentes de serviços e o que se reivindica é que passem a ter contrato sem termos”.
“Temos também a questão do descongelamento das carreiras, que decorreu do Orçamento do Estado para 2028, e que aqui ainda há situações para resolver, nomeadamente o pagamento de retroativos a 2018 a alguns enfermeiros e a contabilização dos respetivos pontos ao ano de início de funções quando esse inicio de funções foi no segundo semestre e esta ULS não contabilizou”, apontou.
A terceira questão diz respeito à desigualdade de tratamento entre profissionais: “Temos enfermeiros com contrato de trabalho em Função Pública e outros com Contrato Individual de Trabalho (CIT) e há desigualdades, nomadamente no que diz respeito aos dias de férias”.
“Na ULS é atribuído um dia de férias por cada 10 anos de serviço a quem tem contrato em funções públicas mas o mesmo não acontece a quem tem CIT. E quem trabalha na Psiquiatria e na Oncologia, a que a própria carreira de enfermagem atribui benefícios dada a penosidade, e aqui só atribui a quem tem contrato em FP e quem tem CIT não tem e exigimos que haja igualdade e justiça”, concluiu.
Os enfermeiros aprovaram uma moção que exige ainda a marcação de uma reunião com o Conselho de Administração da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, solicitada já em maio.
A Lusa tentou ouvir a ULS de Trás-os-Montes mas não foi possível até ao momento.