Um grupo de 58 novos médicos guineenses realizou hoje uma vigília diante do ministério da Saúde em Bissau para denunciar a decisão da ministra da tutela, que acusam de ter suspendido a sua especialização “sem justificação”.
Cadija Baldé, médica clínica geral, porta-voz do grupo, que junta 58 médicos, disse que Maria Sanha “emitiu um despacho a revogar o despacho do ministro anterior” ao abrigo do qual estavam a frequentar estágios de especialização no Hospital Nacional Simão Mendes e no Hospital Militar Principal, ambos em Bissau.
“Fomos selecionados pelo ministro cessante para uma formação de seis meses nas áreas de cirurgia obstétrica, ecografia e anestesia obstétrica e depois iríamos ser colocados em diferentes hospitais e centros de saúde para exercer as nossas atividades médicas”, afirmou Baldé.
A especialização destes médicos recém-formados pela Faculdade de Medicina de Bissau é no âmbito da estratégia nacional para a redução da mortalidade materno infantil na Guiné-Bissau, através de um projeto financiado pelo Banco Mundial, notou a médica.
“Para a nossa surpresa, a nova ministra produz um despacho, após seis semanas do início da nossa especialização, a comunicar a revogação da nossa formação", sem apresentar os motivos, acrescentou Cadija Baldé.
Vestidos de bata branca e empunhando uma bandeira gigante da Guiné-Bissau, o grupo de médicos desfilou diante do ministério da Saúde em Bissau, tendo sido recebido pelo secretário de Estado da Gestão Hospitalar, Abas Embalo.
“Tentámos várias vezes falar com a nova ministra, mas sem uma resposta, por isso decidimos fazer esta vigília para poder ter alguma informação”, afirmou a médica.
A porta-voz do grupo de 58 novos médicos considerou a decisão da ministra de “injusta”, notou que há duas semanas que a sua especialização foi suspensa e adiantou que o secretário de Estado da Gestão Hospitalar prometeu transmitir a preocupação à ministra.
A Lusa tentou obter uma reação da ministra e do próprio ministério da Saúde Pública, mas sem sucesso.