O Presidente da República e o primeiro-ministro visitam hoje o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, quando ainda há 1.500 doentes oncológicos a aguardar operação fora do tempo recomendado.
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro, acompanhados pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, irão visitar também as instalações renovadas da Maternidade Luís Mendes da Graça.
O Bloco de Partos, cujas obras começaram no último trimestre do ano passado, estará pronto em 01 de setembro, mas o Serviço de Urgência de Ginecologia para grávidas até 22 semanas já está a funcionar desde segunda-feira na nova Maternidade.
Os dados mais recentes do Serviço Nacional de Saúde indicam que a lista de espera para cirurgia oncológica diminuiu desde o início do Plano de Emergência em Saúde, apesar de a 26 de julho aguardarem cirurgia oncológica fora do tempo máximo de resposta 1.547 doentes, menos 1.098 do que no final de abril.
O programa OncoStop, que prevê a regularização das listas de espera para cirurgia oncológica, é uma das medidas urgentes do Plano de Emergência e Transformação na Saúde, que integra 54 medidas - urgentes, prioritárias e estruturantes -, com o objetivo de garantir o acesso a cuidados de saúde ajustados às necessidades da população.
Um dos cinco eixos estratégicos do Plano, Bebés e Mães em Segurança, tem 10 medidas previstas (três urgentes, quatro prioritárias e três estruturantes).
Uma foi concluída e outras três estão em curso, como é o caso do reforço de convenções com o setor social e privado e a revisão da tabela de preços de convencionados para ecografias pré-natais.
As restantes seis, das quais faz parte a criação de um regime de atendimento referenciado de ginecologia de urgência, ainda não arrancaram.
O encerramento de várias urgências de Ginecologia e Obstetrícia, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, tem motivado críticas dos partidos da oposição e de organizações do setor da saúde.
A visita de hoje acontece três dias depois de deputados do PS também terem visitado o Hospital de Santa Maria, tendo então acusado o Governo de levar “instabilidade ao Serviço Nacional de Saúde”.