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Abortos aumentaram nos EUA apesar das restrições desde 2022 - estudo

LUSA
07-08-2024 22:34h

O número de abortos nos Estados Unidos aumentou desde que o Supremo Tribunal retirou a garantia federal do direito à interrupção voluntária da gravidez, em 2022, permitindo a 22 estados implementar restrições legais, aponta um estudo hoje divulgado.

Segundo a Sociedade de Planeamento Familiar (SFP), que faz campanha pelo acesso aos direitos reprodutivos, ocorreram em média 98.990 abortos por mês no primeiro trimestre de 2024, um número superior ao de 2022 e 2023.

Esta organização atribui grande parte deste aumento às pílulas abortivas obtidas através de consultas à distância.

A proporção de abortos realizados desta forma aumentou de 4 para 20% a nível nacional, desde 2022.

Em junho de 2022, a maioria conservadora no Supremo Tribunal, resultante das nomeações do ex-presidente republicano Donald Trump, pôs fim à proteção federal do direito ao aborto, abrindo caminho à adoção de legislação muito restritiva, chegando mesmo à proibição total em vários estados conservadores.

Mas os estados liderados pelos democratas, pelo contrário, decidiram implementar “leis de proteção” para proteger os médicos que praticam consultas à distância em benefício dos doentes nos estados alvo de uma proibição.

Segundo a SFP, foram realizados em média 9.200 abortos sob a proteção destas leis entre janeiro e março de 2024, um aumento de 16% em relação ao trimestre anterior.

O estudo da Planned Parenthood mostra também quedas significativas no número de abortos nos estados que aprovaram restrições ou proibições desde 2022, sendo as maiores no Texas, Georgia, Tennessee, Louisiana e Alabama.

O direito ao aborto, e os direitos reprodutivos, em geral será um dos principais temas da campanha presidencial norte-americana, tendo-se a candidata presidencial democrata, Kamala Harris, comprometido a restabelecer a proteção a nível federal caso seja eleita.

Kamala Harris critica regularmente o rival republicano, Donald Trump, pelo papel que desempenhou na nomeação de três juízes conservadores para o Supremo Tribunal antes da mais alta instância judicial nos EUA tomar a sua decisão em 2022.

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