A Aliança de Vacinas GAVI anunciou hoje que disponibilizou a Moçambique mais de 800 mil doses de vacina contra a malária, para o Programa Alargado de Vacinação, permitindo “imunizar cerca de 300 mil crianças” na primeira fase.
“Com a introdução, Moçambique marca um passo importante na redução da vulnerabilidade das crianças e, consequentemente, na redução de milhares de casos de malária e no salvamento de milhares de vidas de crianças”, destaca a instituição, numa nota sobre o início da primeira fase de vacinação, que arrancou hoje na província da Zambézia.
Acrescenta tratar-se de “um passo fundamental para revitalizar a luta contra a malária e melhorar a sobrevivência das crianças” em Moçambique.
A vacina será distribuída em 22 distritos da província da Zambézia, administrada num esquema de quatro doses, em que a primeira vai abranger crianças de 6 a 11 meses.
“A vacina contra a malária R21 é segura, eficaz e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta vacina representa um avanço para a saúde infantil, o controlo de doenças e a redução da mortalidade infantil em Moçambique, onde a malária é uma doença endémica, com prevalência em crianças menores de 5 anos de idade de 32%”, recorda a organização.
A introdução da vacina contra a malária em Moçambique “eleva para 11 o número de países no continente africano que oferecem vacinas contra a malária”, oito dos quais implementando a vacina RTS,S e três usando a R21.
“A vacina está a ser introduzida através do sistema de imunização de rotina existente em Moçambique e será uma parte essencial de uma combinação de intervenções de prevenção e controlo da malária”, acrescenta.
“Juntamente com as doses de vacina da GAVI, o Unicef, a OMS e os parceiros de cooperação também estão a apoiar o Ministério da Saúde na preparação, aceitação e introdução da vacina contra a malária. Este apoio abrange desde o desenvolvimento de planos de implementação de vacinas, estratégias de comunicação, realização de formações de profissionais de saúde e envolvimento da comunidade, e garantia de capacidade suficiente da cadeia de frio”, destaca a instituição.
Refere ainda que “os esforços conjuntos do Ministério da Saúde e dos parceiros demonstram o compromisso partilhado de integrar estas vacinas que salvam vidas no programa nacional de imunização” em Moçambique.
“Este marco significa um progresso na luta contra a malária, sublinhando a dedicação coletiva para salvaguardar a saúde e o bem-estar das crianças de Moçambique”, concluiu.
Moçambique registou 6,2 milhões de casos de malária no primeiro semestre de 2024, menos 22% em igual período do ano passado, e o número de óbitos provocados pela doença baixou para 196, anunciou hoje o Governo.
“A malária continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública no nosso país e, em parte, condiciona o nosso desenvolvimento económico”, reconheceu hoje, na província da Zambézia, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, durante o arranque do programa de vacinação contra a doença.
O governante referiu que só nos primeiros seis meses de 2024 Moçambique registou cerca de 6,2 milhões de casos de malária contra oito milhões em igual período de 2023, o que representa uma redução em 22%.
O responsável acrescentou que no primeiro semestre de 2024 foram registados 196 óbitos intra-hospitalares contra 211 mortes em igual período de 2023, representando uma redução na ordem de 7%.
“Os ganhos acima referidos resultam da utilização de intervenções combinadas e eficazes que têm impacto na redução do peso da malária no país”, afirmou o ministro.
“A seleção da província da Zambézia como pioneira está relacionada com o facto de ser a que tem o elevado peso da doença, medido pelo número de casos e óbitos”, referiu o governante, destacando igualmente que a vacinação vai-se expandir para todo o país a partir de 2025 em função do aumento da disponibilidade a nível global.