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Mais de 70% dos trabalhadores do mundo expostos a calor excessivo, alerta organização

LUSA
25-07-2024 21:36h

Mais de 70% dos trabalhadores foram expostos a calor excessivo em 2020 no mundo, sendo na Europa e na Ásia Central onde a situação mais se agravou, alertou hoje a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Um relatório da OIT hoje divulgado mostra que as regiões que não estavam habituadas ao calor extremo enfrentam agora riscos acrescidos, enquanto os trabalhadores em climas já quentes estão sujeitos a condições cada vez mais perigosas.

A nível global, mais de 70% dos trabalhadores foram expostos ao calor excessivo em 2020, um aumento de 8,8% em relação a 2000.

Apesar de esta percentagem ainda permanecer baixa na Europa e Ásia Central (29%), em comparação com África (92,9%), Estados árabes (83,6%), Ásia-Pacífico (74,7%) e Américas (70%), o clima na Europa aqueceu a um ritmo duas vezes mais rápido do que a média global desde a década de 1980, afirmaram a ONU e o programa europeu Copernicus.

Além disso, a Europa e Ásia Central registaram o maior aumento da exposição ao calor excessivo no trabalho entre 2000 e 2020, com a proporção de trabalhadores afetados a aumentar durante este período em 17,3%, quase o dobro do crescimento médio global, de acordo com a OIT.

Segundo os dados da organização, nas regiões das Américas e da Europa/Ásia Central verificou-se o maior aumento de acidentes de trabalho devido ao stress térmico desde 2000, com aumentos de 33,3% e 16,4%, respetivamente.

“Isto pode dever-se a temperaturas mais elevadas nas regiões onde os trabalhadores não estão habituados ao calor”, alertou a OIT, ao considerar o stress térmico um “assassino invisível e silencioso que pode rapidamente causar doenças, insolação ou mesmo a morte”.

Em abril, a OIT avisou que as alterações climáticas criaram um `cocktail´ de graves riscos para a saúde de cerca de 2,4 mil milhões de trabalhadores expostos ao calor excessivo em todo o mundo, causando 22,85 milhões de acidentes de trabalho e a perda de 18.970 vidas todos os anos.

“Precisamos de planos de ação contra o calor durante todo o ano e de legislação para proteger os trabalhadores”, defendeu Manal Azzi, líder da equipa da OIT para a segurança e saúde no trabalho, em comunicado de imprensa.

De acordo com o estudo, melhorar as medidas de segurança e saúde para prevenir lesões causadas pelo calor excessivo no local de trabalho poderia poupar até 361 mil milhões de dólares (333 mil milhões de euros) em todo o mundo em perda de rendimentos e custos de tratamentos médicos.

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