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Zâmbia vai intensificar campanha sanitária para combater surto de cólera - Governo

Lusa
28-12-2023 14:55h

As autoridades zambianas anunciaram hoje o reforço da campanha sanitária na luta contra a cólera, uma doença que já matou quase uma centena de pessoas este ano no país, e cujos casos têm vindo a aumentar desde outubro.

A ministra da Saúde, Sylvia Masebo, apelou a medidas de higiene mais drásticas em casa, e o ministro responsável pela água, Mike Mposha, declarou que o cloro será mais amplamente distribuído para desinfetar a água contaminada nas regiões mais afetadas pela cólera.

Cinco mortes e 111 novos casos de contaminação foram registados em 24 horas, principalmente devido às fortes chuvas, que aceleram a transmissão da doença bacteriana através de água e alimentos infetados, referiu Sylvia Masebo.

Este ano, nesta nação que faz fronteira com Angola, registaram-se 93 mortes devido à cólera, a maioria desde outubro, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Pública.

"A nossa nação está a enfrentar um grande desafio sanitário", declarou a ministra numa conferência de imprensa.

A taxa de mortalidade da atual epidemia, cerca de 3%, é "muito preocupante", acrescentou, tendo em conta que a nível internacional é inferior a 1%.

O Zimbabué, vizinho da Zâmbia, também foi afetado pela cólera, tendo declarado o estado de emergência, sendo que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registadas mais de 250 mortes desde fevereiro.

A OMS manifestou a sua preocupação com o número crescente de casos de cólera em todo o mundo nos últimos anos, sendo África a região mais afetada.

O número de casos de cólera registados mais do que duplicou, passando de 223.370 em 2021 para 472.697 em 2022.

Em 2023, já há mais de 580.000 casos, de acordo com a agência de saúde das Nações Unidas.

A Zâmbia está também a enfrentar a sua pior epidemia de carbúnculo desde 2011.

A bactéria Bacillus anthracis, que sobrevive durante décadas sob a forma de esporos (unidades de reprodução das plantas, algas e fungos) em terrenos onde foram enterrados animais que morreram de carbúnculo ou que transportaram a doença, é transmissível aos seres humanos e pode afetar a pele, os pulmões ou, raramente, o trato digestivo. É potencialmente fatal nas suas formas mais raras.

O Quénia, o Maláui, o Uganda e o Zimbabué também registaram casos de carbúnculo este ano, com um total de 20 mortes e cerca de 1.100 casos suspeitos nestes cinco países até meados de dezembro.

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