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Putin pronuncia-se contra a proibição total do aborto na Rússia

Lusa
14-12-2023 19:09h

O Presidente russo, Vladimir Putin, pronunciou-se hoje contra a proibição total do aborto no país e apelou à adoção de “medidas prudentes” para que os “direitos e liberdades das mulheres” sejam respeitados.

“O Estado tem interesse em solucionar o problema demográfico e que as mulheres, depois de saberem sobre a sua gravidez, tomem uma decisão a favor da preservação da vida da criança. Isso é evidente. Mas, repito, os direitos e as liberdades das mulheres devem ser respeitados”, afirmou, segundo vários meios de comunicação social russos.

Vladimir Putin aludiu ao aumento do consumo ilegal do álcool durante a sua proibição no período da 'perestroika', um conjunto de reformas políticas levadas a cabo no final dos anos 80.

A diminuição da taxa de natalidade está relacionada com o bem-estar social e são necessárias mais medidas, como hipotecas, subsídios “e uma melhoria de todos os meios de apoio às famílias com filhos”, afirmou.

As suas observações surgem após a Assembleia Legislativa da região russa de Nizhny Novgorod ter apresentado à Duma (câmara baixa do parlamento russo) um projeto de lei que visa proibir as clínicas privadas de praticar o aborto.

Nos últimos meses, as clínicas privadas das regiões de Chelyabinsk, Lipetsk, Kursk, Tartaristão e da Crimeia, sob a esfera de Moscovo desde 2014, entre outras, têm-se recusado a realizar este tipo de procedimentos em clínicas privadas.

A nível federal, tem-se verificado um consenso crescente sobre a imposição de multas por incentivo ao aborto.

Na região de Kaliningrado, os médicos podem ser multados até 50.000 rublos (500 euros) por praticarem interrupções voluntárias da gravidez.

As regiões da Mordóvia e de Tver adotaram legislação semelhante.

O Patriarca Cirilo, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, apelou em novembro à Duma para que regulamentasse o aborto a nível federal, uma vez que tal medida poderia impulsionar o crescimento demográfico do país.

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