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Advogado luso-sul-africano considera “apartheid português” exclusão da diáspora do SNS em Portugal

LUSA
13-12-2023 12:42h

O advogado luso-sul-africano José Nascimento considerou hoje ser um “apartheid português” a nova medida governamental de excluir os emigrantes portugueses residentes no estrangeiro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal.

“Não faz sentido que tantos portugueses na diáspora pagam impostos em Portugal e que agora lhes seja negado o direito de acesso à saúde quando visitam Portugal, não faz absolutamente sentido nenhum, é uma injustiça, é um ‘apartheid’ português”, salientou o advogado residente na África do Sul, que é também conselheiro da diáspora madeirense, em declarações à Lusa.

De acordo com o despacho governamental (nº1668/2023) que “define as regras de organização e os mecanismos de gestão referentes ao Registo Nacional de Utentes (RNU), assim como as regras de registo do cidadão no SNS e de inscrição nos cuidados de saúde primários”, a partir de 01 de janeiro de 2024 os portugueses com morada fiscal fora de Portugal terão o seu registo “inativo”, mesmo os frequentadores dos serviços públicos de saúde.

Além de deixarem de ter médico de família, estes utentes terão de suportar o custo do atendimento a partir de janeiro do próximo ano, segundo a nova medida governamental.

José Nascimento sublinhou que “o acesso e direito de todos os portugueses, incluindo os não residentes/emigrantes, à Saúde [em Portugal] é um direito constitucional”, salientando que “na constituição portuguesa existe o princípio da igualdade que é um direito consagrado na constituição”.

Todavia, o advogado luso-sul-africano frisou que “na prática o tratamento à diáspora é muito diferente, em vários aspetos, em comparação com os direitos tidos na prática pelos portugueses que residem em Portugal”.

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