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Profissionais de saúde moçambicanos querem nova comissão negocial no diálogo com Governo

LUSA
01-12-2023 11:39h

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que esteve em greve em agosto, apresentou hoje uma proposta para mudar a equipa de negociações com o Governo, considerando que os desafios da classe prevalecem.

“Sentimos que há uma falta de transparência na atual equipa negocial. Os associados sempre exigiram relatórios que a comissão negocial nunca apresentou (…) já não temos confiança na equipa que está a liderar as negociações”, disse à comunicação social Horácio Geraldo, porta-voz da APSUSM, momentos após submeter o documento ao Ministério da Saúde, em Maputo.

Em causa está a negociação em curso entre o Governo e a APSUSM, uma associação que abrange cerca de 65.000 técnicos, serventes e enfermeiros, e que esteve em greve entre agosto e novembro, reivindicando melhores condições de trabalho no setor.

As negociações com o Governo têm sido até agora conduzidas por uma comissão liderada pelo presidente daquela associação, o enfermeiro Anselmo Muchave.

“A intenção não é destituir a direção, mas queremos revitalizar a equipa negocial”, frisou Horácio Geraldo.

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou em julho e agosto uma crise provocada por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela Associação Médica de Moçambique (AMM) e depois pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), ambos os protestos interrompidos para dar espaço ao diálogo com o Governo.

“Em termos práticos os funcionários de saúde estão a trabalhar, mas os associados ainda não estão satisfeitos”, declarou Horácio Geraldo.

Entre outros aspetos, a APSUSM exige que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, que têm, em alguns casos, de ser adquiridos pelos pacientes, a aquisição de camas hospitalares, a resolução do problema da “falta de alimentação” nas unidades de saúde, bem como equipar ambulâncias com materiais de emergência para suporte rápido de vida ou de equipamentos de proteção individual não descartável, cuja falta vai “obrigando os funcionários a comprarem do seu próprio bolso”.

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