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Covid-19: Emirados pedem aos seus habitantes para não saírem do país

LUSA
05-03-2020 13:33h

Os Emirados Árabes Unidos pediram hoje aos seus habitantes, 90% dos quais são estrangeiros, para não viajarem para fora do país, no âmbito da epidemia de coronavírus, sob pena de terem de cumprir quarentena imposta pelas autoridades.

O alerta do Ministério da Saúde e Proteção à Comunidade do país foi feito numa altura em que a capital, Abu Dhabi, enviou 215 estrangeiros – incluindo cidadãos do Egito, Sudão e Iémen - retirados de Hubei, na China, para quarentena na Cidade Humanitária dos Emirados.

As autoridades de saúde avisaram que quem viajar para fora do território podem ter de cumprir um período de quarentena imposto pelas autoridades.

Os Emirados Árabes Unidos abrigam cerca de nove milhões de habitantes, mas quase oito milhões são estrangeiros.

O apelo para que os residentes não viajem embate também com os interesses do Governo dos Emirados, já que o país detém duas das maiores companhias aéreas de longo curso.

Além da Etihad, a transportadora nacional, os Emirados Árabes Unidos detêm a Emirates, a companhia aérea estatal com sede no Aeroporto Internacional do Dubai, responsável pelo maior número de viagens internacionais do mundo.

As duas companhias aéreas incentivaram os funcionários a tirar folgas, já que as viagens internacionais diminuíram drasticamente devido à epidemia.

Atualmente, existem mais de 3.150 casos de coronavírus no Médio Oriente, a maioria dos quais ligados ao Irão.

O surto de coronavírus que provoca a doença de Covi-19 também interrompeu o culto islâmico no Médio Oriente, já que a Arábia Saudita proibiu na quarta-feira os seus cidadãos e outros residentes do reino de realizar a peregrinação a Meca, enquanto o Irão cancelou as orações de sexta-feira nas principais cidades.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.300 mortos e infetou mais de 95 mil pessoas em 79 países, incluindo oito em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de 50 mil recuperaram.

Além de 3.012 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça e Espanha.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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