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Covid-19: André Ventura questiona confiança na diretora-geral de Saúde

LUSA
04-03-2020 18:58h

O deputado único do Chega, André Ventura, questionou hoje o primeiro-ministro sobre a manutenção da confiança na diretora-geral de Saúde, e António Costa respondeu que “a meio da batalha, não se mudam os generais”.

“Em janeiro, a Organização Mundial de Saúde disse que íamos ter um pandemia e que íamos ter uma situação preocupante e a sua diretora-geral de Saúde respondeu assim: ‘é excessivo, não vale a pena especular sobre isso, é muito reduzida a possibilidade de uma epidemia global’. Foi dito pela sua diretora-geral de Saúde”, defendeu André Ventura.

No debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento, o deputado único do Chega perguntou se António Costa mantinha a confiança na diretora-geral de Saúde, Graça Freitas.

“Não se trata da minha diretora-geral de Saúde, mas a diretora-geral de Saúde da República Portuguesa. De facto, estamos a viver uma epidemia e um risco de uma pandemia e há uma coisa que é certa: no meio da batalha não se mudam os generais. Travam-se as batalhas, vencem-se as batalhas, e é isso que faremos, com a senhora diretora-geral de Saúde”, respondeu o primeiro-ministro.

André Ventura questionou ainda António Costa sobre uma jornalista que acusou o chefe do Governo “de ter feito telefonemas para a despedir e disse até que já aconteceu várias vezes, e que aconteceu não como primeiro-ministro, mas como ministro”.

“É ou não verdade que ligou para redações ou para esta redação para despedir esta jornalista, a jornalista Ana Leal?”, perguntou André Ventura.

António Costa respondeu quase soletrando as palavras: “É mentira”.

Sobre um artigo do ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates, em que o antigo governante argumentou contra a localização de um novo aeroporto no Montijo, com que foi igualmente confrontado por Ventura, Costa disse respeitar a liberdade de opinião.

“Não só não telefonei a pedir despedimentos de jornalistas como respeito a liberdade de opinião, mesmo daqueles que foram os meus antecessores”, declarou.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo cinco em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 50 mil recuperaram.

Além de 2.983 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, Filipinas e Iraque.

Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou cinco casos de infeção, dos quais quatro no Porto e um em Lisboa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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