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Covid-19: Presidente da República destaca “resposta adequada e atempada” em Portugal

LUSA
03-03-2020 22:22h

O Presidente da República considerou hoje que os desafios que se têm colocado em Portugal pelo novo coronavírus "até ao presente têm tido a resposta adequada e atempada", destacando que os dois novos casos "estão ligados com anteriores".

À margem da entrega do Prémio BIAL Biomedicina 2019, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o aumento para quatro no número de infetados pelo novo coronavírus em Portugal, tendo ainda desvalorizado a contradição entre a Direção-Geral da Saúde e a ministra da Saúde no que diz respeito à capacidade de resposta em hospitais do norte do país.

"Como sabem estes dois casos, daquilo que me foi informado pelo Governo, são casos ligados com os anteriores e, portanto, se for assim, casos que em cadeia têm origem exterior ao território português não são casos que tenham surgido à margem dos dois casos anteriores", começou por assinalar.

Na perspetiva do Presidente da República, "a resposta foi imediata e isso significa que os desafios que se têm colocado até ao presente têm tido a resposta adequada, atempada e a compreensão dos próprios" infetados.

"Tem havido uma capacidade de resposta dos profissionais de saúde e, portanto, do sistema de saúde português e, particularmente, do Serviço Nacional de Saúde", considerou.

Questionado sobre o facto de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter afirmado que os hospitais de São João e Santo António, no Porto, "mantêm a sua capacidade de resposta" um dia depois de a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, ter afirmado que aquelas duas unidades hospitalares "esgotaram a capacidade", Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou.

"Eu penso que o fundamental aqui, neste particular, é haver capacidade de resposta nos factos. Há casos que suscitam uma necessidade de resposta, há resposta. Isso é o mais importante", referiu.

A "pressão dos acontecimentos", na ótica do chefe de Estado, "leva a que o discurso, a comunicação, sobretudo quando ela é feita ao longo de dias e de semanas, seja uma realidade que vai conhecendo, de acordo com as pessoas, o estilo próprio de cada pessoa".

"Agora o importante é o seguinte: há casos? Se há casos, transparência relativamente aos casos. Há casos, é preciso haver resposta, há resposta relativamente a esses casos. E isso é que os portugueses têm de ter a noção que existe para se sentirem seguros", apontou.

A compreensão das pessoas infetadas foi, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, testemunhada pelo primeiro-ministro, António Costa, aquando da visita, "embora à distância", de um dos portadores da doença no Hospital São João, no Porto.

À pergunta sobre se, tal como o primeiro-ministro fez hoje, tem alguma visita prevista, o Presidente da República foi perentório: "Sim, sim. Depois saberão oportunamente a minha ideia".

Assim, Marcelo Rebelo de Sousa, "ajustado com o Governo", pretende "fazer uma visita a uma das unidades hospitalares onde estão internados".

No final do discurso na cerimónia do prémio, o chefe de Estado tinha explicado que "valerá sempre a pena" participar na entrega deste galardão "como sinal de gratidão, de louvor e de aposta no futuro".

"Mas uma vinda que só não ficará cabalmente realizada se não a acompanhar mais um gesto a somar àqueles que há quase 30 anos e há quase 20 anos os senhores presidentes Mário Soares e Jorge Sampaio para com ele tiveram de homenagem ao mérito profissional e cívico. Desta feita cabe-me homenagear o mérito do apoio ao conhecimento, do apoio à educação, do apoio à formação, do apoio à mudança de mentalidade pela ciência, pela instrução no sentido mais amplo e digno do termo", anunciou.

Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa entregou ao presidente da Fundação Bial, Luís Portela, as insígnias da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.

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