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Covid-19: Reserva Federal dos EUA corta taxas de juro em 50 pontos base

LUSA
03-03-2020 15:24h

A Reserva Federal dos Estados Unidos, que gere a política monetária do país, decidiu hoje cortar em 50 pontos base as taxas de juro, devido ao novo coronavírus.

Trata-se da maior descida de uma vez desde 2008, e levará a taxa de juro de referência para um intervalo entre 1% e 1,25%.

"À luz dos riscos", a Fed "decidiu hoje baixar as taxas de juro em meio ponto percentual", de acordo com um comunicado divulgado hoje.

Os índices bolsistas Dow Jones e Nasdaq, que tinham aberto a sessão em Wall Street em queda, inverteram a tendência e, pelas 15:12, já valorizavam 0,20% e 0,45%, respetivamente.

De acordo com o comunicado da instituição liderada por Jerome Powell, a medida é tomada "no sentido de atingir os objetivos máximos de empregabilidade e de estabilidade dos preços".

"O Comité [do Mercado Aberto da Fed, que decide a evolução das taxas de juro] está a monitorizar com proximidade os desenvolvimentos e as suas implicações para as perspetivas económicas e vai usar as suas ferramentas e atuar como for apropriado para apoiar a economia", pode ainda ler-se no documento.

A última mexida nas taxas de juro por parte da Fed tinha acontecido em outubro de 2019, para um intervalo entre 1,50% e 1,75%.

A decisão de hoje segue-se à divulgação de um comunicado conjunto por parte dos países do G7 (mais industrializados do mundo), que se manifestaram prontos para "utilizar todos os instrumentos apropriados" para reduzir o impacto económico da epidemia do coronavírus e, em particular a adotar políticas "orçamentais".

Os banqueiros centrais também prometem "continuar a cumprir os seus mandatos", ou seja, "apoiar a estabilidade de preços e o crescimento económico, mantendo a resiliência do sistema financeiro".

Os ministros das Finanças e os banqueiros centrais do G7 disseram que "seguem cuidadosamente a epidemia de coronavírus de 2019 (Covid-19) e suas consequências nos mercados e condições económicas".

Os Estados Unidos presidem este ano ao grupo dos sete países mais ricos do planeta, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

O surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.100 mortos e infetou mais de 90.300 pessoas em cerca de 70 países e territórios, incluindo duas em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 48 mil recuperaram, segundo autoridades de saúde de vários países.

Além de 2.943 mortos na China, onde o surto foi detetado em dezembro, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América, San Marino e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.

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