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Hospital da SCML ainda não recebe `internamentos sociais´ anunciados para abril

Lusa
31-05-2023 09:03h

O Hospital de Sant´Ana, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, ainda não está a receber pessoas que permanecem internadas nos hospitais públicos por razões sociais, depois de o Governo ter anunciado que isso iria acontecer em abril.

“O Hospital de Sant’Ana ainda não está a receber utentes com `altas sociais´ enviados por hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), estando a ser ultimado o respetivo protocolo e a finalizar as condições para a abertura”, adiantou à agência Lusa a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, proprietária da unidade hospitalar na Parede, Cascais.

Em 23 de março, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou novas respostas de retaguarda para os doentes da zona de Lisboa que podem ter alta hospitalar, mas que estão a aguardar vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) ou num lar.

Na altura, o governante avançou que a partir do início de abril, o hospital de Sant´Ana iria funcionar como hospital de retaguarda, recebendo numa primeira fase 30 pessoas e com uma capacidade posterior até cerca de 100 utentes.

Segundo a SCML, o Hospital de Sant’Ana terá capacidade para acolher simultaneamente mais de 20 utentes em internamento social enviados por hospitais do SNS e o protocolo que está a ser ultimado com o Ministério da Saúde prevê um valor base de 1.400 euros por utente.

A falta de resposta para os internamentos sociais tem colocado uma pressão acrescida sobre as urgências dos hospitais públicos, uma vez que dificulta novas admissões para internamento, levando a que, por vezes, os doentes que precisam de ficar hospitalizados permaneçam vários dias à espera em salas observação.

É, por exemplo, o caso do Hospital Fernando Fonseca (HFF), que serve os concelhos de Amadora e Sintra, que gasta mais de 2,2 milhões de euros por ano com internamentos de doentes fora da instituição para libertar camas de enfermaria, segundo dados avançados em março.

Para dar essa resposta aos doentes que têm alta clínica e que aguardam reposta social, o hospital tem contratualizadas 59 camas que estão “permanentemente ocupadas”, adiantou o HFF.

A Lusa questionou por várias vezes, nas últimas semanas, o Ministério da Saúde sobre quando começaria o hospital de Sant´Ana a receber os primeiros doentes com alta clínica, mas que continuam sem ter uma resposta social, mas não obteve resposta.

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