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Assembleia Municipal de Estremoz contra instalação de olival perto de casas

LUSA
03-03-2020 12:46h

A Assembleia Municipal de Estremoz manifestou o seu protesto pela instalação de uma cultura de olival intensivo nas imediações da área urbanizada de Veiros, a escassos metros da zona habitacional do Baldio da Eira, foi hoje divulgado.

Numa moção apresentada pela CDU e aprovada por unanimidade, na mais recente sessão daquele órgão autárquico, foi solicitado que o executivo municipal "tome todas as diligências" junto das entidades envolvidas para que "se assegure o bem-estar e a saúde das populações afetadas" da vila de Veiros, do concelho de Estremoz, distrito de Évora.

A assembleia municipal solicita ainda à câmara que "tome todas as diligências" junto do Ministério da Agricultura para que faça "monitorização das práticas agrícolas" que vão ser utilizadas, nomeadamente a "utilização de fitofármacos", assegurando "a segurança e a saúde dos seus munícipes", assim como a "responsabilização por possíveis efeitos nefastos para as populações".

O problema, segundo os autarcas, "está a gerar justa preocupação junto da população" de Veiros, em particular entre os moradores do Baldio da Eira, por estar a decorrer, a escassos metros das casas, a preparação de terras para a instalação do olival.

"Para além das questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental, nomeadamente com uso abusivo de água ou sobre-exploração dos solos a curto-médio prazo, este regime de produção agrícola tem como prática comum a utilização abundante de fitofármacos, contaminando os solos e as águas, mas também influenciando a qualidade do ar na região circundante à sua implantação", acrescenta a moção.

Alguns moradores do Baldio da Eira, contactados pela agência Lusa, mostraram preocupação e receio de que sejam aplicados produtos químicos causadores de problemas de saúde e que se estendem também a possíveis impactos ambientais, mas os promotores do olival afastam a possibilidade de existirem riscos e alegam que só vão usar "produtos biológicos".

"Só vamos utilizar produtos biológicos, não vamos utilizar herbicidas químicos. Vamos recorrer ao vinagre concentrado em vez de um herbicida agroquímico", alegou o consultor da empresa promotora do projeto, Miguel Reis.

Este projeto de um jovem agricultor, de plantação de um olival em sebe, numa parcela pertencente ao Perímetro de Rega de Veiros, foi desenvolvido através de uma candidatura ao Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, aprovado pelo Ministério da Agricultura, acrescentou.

O Bloco de Esquerda, o PCP e a associação ambientalista Quercus também já alertaram para a instalação do olival perto de casas.

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