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Covid-19: Associação de Lojistas de Macau pede apoio financeiro ao Governo

LUSA
03-03-2020 11:20h

Representantes da Associação de Cooperação dos Lojistas de Macau entregaram hoje ao Governo uma petição para pedir "subsídio mensal" devido a uma "quebra brutal dos negócios", na sequência da epidemia de Covid-19.

A petição, com mais de 1.200 subscritores de pequenas e médias empresas (PME) locais, é dirigida ao chefe do executivo, Ho Iat Seng, para que seja atribuído "um subsídio mensal como fundo perdido" para ajudar as empresas a "ultrapassar as atuais dificuldades de manutenção das atividades comerciais", de acordo com um comunicado do deputado português na Assembleia Legislativa de Macau, José Pereira Coutinho.

As empresas têm registado "numerosos prejuízos devido à quebra brutal dos negócios", devido à ausência de consumidores, residentes e turistas, tendo muitas "optado por fechar", desde que surgiu a doença Covid-19, detetada em dezembro passado na China, acrescentou a mesma nota.

"Muitas das nossas empresas estão ainda a pagar dívidas aos bancos devido às tragédias naturais, como o tufão Hato", em agosto de 2017, referiu.

Em 13 de fevereiro, o executivo anunciou benefícios fiscais para empresas e população, uma linha de empréstimos bonificados para as PME e medidas de apoio social para reduzir o impacto económico devido ao novo coronavírus.

Este é o quarto grupo que Pereira Coutinho acompanhou na entrega de petições ao Governo de Macau.

O primeiro grupo foi de representantes de 400 motoristas ligados sobretudo a agências de turismo, mas também de autocarros dos casinos de Macau, o segundo apelou em nome de 300 taxistas.

Em 26 de fevereiro foi a vez de um grupo de cerca de 2.400 PME pedir apoio financeiro ao Governo de Macau.

Na altura, Pereira Coutinho considerou as medidas do Governo insuficientes e defendeu a concessão às PME de empréstimos a fundo perdido, mediante "regras internacionais", contabilizando o “volume de negócio e o número de empregados” de cada empresa.

Além das medidas para as PME, o Governo anunciou, em 31 de janeiro, que vai antecipar para abril o pagamento da comparticipação pecuniária anual, no valor de 10 mil patacas (1.100 euros) e de seis mil patacas (690 euros) para residentes permanentes e não permanentes, respetivamente.

O executivo vai também entregar vales de consumo eletrónicos para cada residente de Macau no valor de três mil patacas (350 euros), que podem ser utilizados em restaurantes, lojas, supermercados, entre outros.

Em comunicado, a Direção dos Serviços de Economia (DSE) do território indicou que, desde 01 de fevereiro até ao final da manhã de segunda-feira, receberam cerca de 2.500 candidaturas a apoios para PME, das quais 1.426 foram aprovadas.

Macau, que registou dez casos do novo coronavírus, tem atualmente dois pacientes internados.

A nível mundial, o surto de Covid-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de três mil mortos e infetou quase 90 mil pessoas em 67 países, incluindo duas em Portugal.

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