Através de um comunicado, a companhia aérea anunciou a suspensão dos voos de ida e volta entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, e Milão entre hoje e 16 de abril.

Atualmente, a companhia aérea opera sete voos semanais para Milão, em Itália, o país europeu mais afetado, com mais de 50 mortos e 2.000 infetados.

O Brasil confirmou na semana passada os seus dois primeiros casos de infeção pelo surto de Covid-19 em pacientes que tinham viajado recentemente para Itália.

As autoridades de saúde brasileiras estão a investigar cerca de 200 casos classificados como "suspeitos", estando uma grande parte destes localizados no estado de São Paulo, o mais populoso e industrializado do país.

"Estamos a observar o cenário desta contingência global de saúde pública e a decisão da empresa baseia-se, antes de tudo, na propagação do vírus em Itália, assim como na atual queda da procura da rota", explicou o presidente do conselho executivo da Latam Brasil, Jerome Cadier, no comunicado.

O dirigente acrescentou que a companhia aérea irá compensar os clientes afetados, permitindo que estes reprogramem as viagens sem custos adicionais ou garantindo um "reembolso total".

Nesse sentido, a Latam Brasil indicou que está "em contacto" com os passageiros afetados para lhes oferecer soluções adaptadas às suas necessidades.

Assim, os clientes com bilhete para Milão poderão escolher viajar noutra data, exigir o reembolso total dos seus bilhetes ou alterar a origem ou destino do seu voo.

Para os que que se encontram na cidade italiana e pretendem regressar ao Brasil, a companhia aérea comprometeu-se a "garantir o seu regresso" através de voos da empresa ou de "companhias aéreas parceiras que operam nessa rota".

A Latam Brasil integra o Grupo Latam, a principal transportadora aérea da América Latina, com voos para 145 destinos em 26 países.

O grupo está presente em seis mercados domésticos da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru), tendo operações internacionais na própria região, Europa, Estados Unidos, Caraíbas, Oceânia, África e Ásia.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou quase 90 mil pessoas em 67 países, incluindo duas em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 45 mil recuperaram.

Além de 2.912 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

Um português tripulante de um navio de cruzeiros está hospitalizado no Japão com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou os dois primeiros casos de infeção em Portugal, um homem de 60 anos e outro de 33, internados em hospitais do Porto.