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Covid-19: IATA quer flexibilização das 'slots' até outubro

LUSA
02-03-2020 17:12h

A Associação Internacional de Transporte Aéreo está a contactar os reguladores do setor, a nível mundial, para solicitar a flexibilização das faixas horárias (‘slots’), até outubro, devido à propagação do novo coronavírus, designado Covid-19.

Em comunicado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês) indicou que, atualmente, as regras determinam que “as companhias aéreas devem operar em, pelo menos, 80% das ‘slots’ que lhes estão atribuídas”, caso contrário, perdem o direito a essas faixas durante a temporada seguinte.

Porém, em “circunstâncias excecionais”, as autoridades de aviação podem contornar este requisito, o que, conforme apontou a associação, se justifica perante o desenvolvimento da epidemia.

“O Covid-19 tem provocado um severo impacto no tráfego aéreo. As companhias têm registado um forte declínio na procura”, nomeadamente, para Itália, um dos países com mais casos de infeção, refere.

Por outro lado, as reservas, a longo prazo, estão também a baixar, o que tem levado as companhias a atribuir licenças sem vencimento à tripulação, bem como a congelar os salários e os planos de substituição de aeronaves, explicou a IATA.

“Tendo em conta estas circunstâncias extraordinárias e a emergência da saúde pública, o coletivo do setor aéreo defende que a aplicação da regra dos 80%, na próxima temporada, é inadequada. É necessária flexibilidade para as companhias aéreas ajustarem os horários […] à procura”, vincou a IATA.

Citado no mesmo documento, o presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, sublinhou que uma pesquisa da associação veio revelar que “o tráfego entrou em colapso nas principais rotas asiáticas”, provocando impactos globais nas restantes rotas.

Para o também diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo, “o mundo enfrenta um enorme desafio ao tentar travar a propagação do Covid-19", sendo que “as companhias aéreas estão na linha da frente desse desafio”.

Alexandre de Juniac vincou ser “essencial” que a comunidade reguladora trabalhe com o setor “para garantir que as empresas possam operar de forma sustentável”, tentando evitar os impactos da epidemia.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro de 2019, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.000 mortos e infetou mais de 87 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países.

Das pessoas infetadas, mais de 41 mil recuperaram.

Além de 2.873 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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