Os três países, também signatários do acordo sobre o nuclear iraniano, vão enviar a partir de hoje “equipamento para os testes de despistagem” e ainda “diverso material de proteção e luvas”, indicaram. Os três países “comprometeram-se igualmente a fornecer, através da OMS, e outros agentes da ONU” uma ajuda de cerca de cinco milhões de euros.

Pouco antes deste anúncio, Teerão tinha rejeitado uma proposta dos Estados Unidos de ajuda ao combate à doença, na condição de Teerão emitir um pedido prévio.

“Desconfiamos das intenções dos americanos e não contamos com essas ajudas”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Abbas Moussavi, citado pela agência oficial IRNA.

Países inimigos, o Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980.

“Se pudermos ajudar os iranianos neste dossiê [o novo coronavírus] estamos seguramente preparados para o fazer”, afirmou no sábado o Presidente dos EUA Donald Trump.

“A única coisa que devem fazer é pedi-lo”, acrescentou.

A administração Trump exerce uma política de “pressão máxima” sobre o Irão e optou por um discurso muito agressivo face aos seus dirigentes.

Segundo a IRNA, Moussavi acusou Washington de emitir esta proposta “com fins de propaganda”.

O Irão está sujeito a um draconiano regime de sanções económicas impostas pelos Estados Unidos, após Washington se ter retirado em 2018 do acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Estas sanções complicam todas as atividades com o Irão, em particular as trocas comerciais de empresas que também possuam interesses económicos nos EUA, e que podem ser alvo de retaliações.

A economia iraniana tem sido fortemente afetada pelas sanções, e em 2019 Teerão começou a demarcar-se do acordo concluído em Viena, ao criticar os países europeus signatários do texto de não compensarem as perdas motivadas pela decisão norte-americana.

A Rússia e a China também são cossignatárias deste acordo sobre o nuclear iraniano.

Hoje, as autoridades iranianas anunciaram 12 novos óbitos relacionados com o coronavírus.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 2.900 mortos e infetou mais de 87 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países. Das pessoas infetadas, mais de 41 mil recuperaram.

Em Portugal, as autoridades anunciaram hoje dois casos positivos de infeção por coronavírus, um dos quais confirmado por contra-análise.