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Médicos do Mundo Portugal quer reforçar assistência em comunidades de Moçambique

LUSA
02-03-2020 15:34h

A organização humanitária Médicos do Mundo Portugal vai apoiar cinco centros de saúde no distrito de Dondo, província de Sofala, um dos pontos mais afetados pelo ciclone Idai em 2019, informou hoje à Lusa a diretora executiva da entidade.

"O objetivo é o reforço do acesso aos cuidados de saúde nestes locais, num trabalho que faremos em parceria com o Governo", disse Carla Paiva, que lidera a missão que está em Moçambique.

No total, cinco comunidades dos distritos do Dondo vão beneficiar de assistência médica nos próximos dois anos, num projeto que prevê também a capacitação dos profissionais dos centros de saúde locais.

Na primeira fase do projeto, a Médicos do Mundo Portugal vai fazer a georreferenciação, uma análise sócio demográfica das comunidades que vão ser assistidas para posterior início da assistência.

A Médicos do Mundo Portugal esteve pela primeira fez em Moçambique entre 2009 e 2014, tendo posteriormente interrompido as atividades até um regresso durante a situação de emergência em 2019, ano em que o país foi abalado por dois ciclones, o Idai e o Kenneth.

Na assistência às populações afetadas pelo Idai, no centro de Moçambique, a Médicos do Mundo Portugal esteve em Nhamatanda e na Beira, também na província de Sofala, logo após a passagem do ciclone.

Na Beira, durante quase um mês, a organização apoiou o centro de saúde de Macurungo, num projeto designado "Embondeiro", desenvolvido em coordenação com a Cruz Vermelha Portuguesa.

Durante o período, as equipas no terreno realizaram um total de 4.500 atendimentos, mais de três mil consultas de saúde, perto de 1.500 cirurgias e 130 partos, num momento em que a região procurava recuperar do impacto devastador da passagem do Idai.

Em Nhamatanda, de julho de 2019 a março deste ano, a organização assistiu duas mil pessoas num centro de realojamento que surgiu na sequência do ciclone, num projeto designado "Ndeja".

"Nosso sonho é replicar a nossa atividade", declarou Carla Paiva.

A província de Sofala foi uma das mais afetadas pelo ciclone Idai, causando a morte de cerca de 600 pessoas e afetando outras 1,8 milhões.

Pouco tempo depois, Moçambique voltou a ser atingido por um ciclone, o Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em abril, matando 45 pessoas e afetando outras 250.000.

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