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Covid-19: Chamadas para a linha de emergência na Madeira triplicaram esta semana

LUSA
28-02-2020 17:52h

O número de chamadas para a linha de emergência criada na Madeira no âmbito do plano de contingência para o coronavírus Covid-19 aumentou esta semana de 23 para 65, disse hoje o secretário da Saúde.

"Com a proximidade dos casos que estão a ser detetados e relatados, de facto, o número de chamadas intensifica-se", disse Pedro Ramos, esclarecendo que o aumento das chamadas surgiu na sequência do caso referenciado num hotel em Tenerife (Canárias), no início desta semana, bem como do surto em Itália.

O governante falava aos jornalistas durante uma visita à sala de triagem para casos suspeitos de infeção pelo coroanavírus Covid-19, junto ao Serviço de Urgência do Hospital Central do Funchal.

O governante frisou ainda que, “a nível regional, não há casos suspeitos, não há casos confirmados”, há sim “casos acompanhados ao nível do domicílio, porque há uma série de chamadas feitas para a linha de emergência".

Pedro Ramos vincou que essas pessoas estiveram, na maioria, em viagem e agora estão a ser "perfeitamente acompanhadas", sublinhando que "não são casos suspeitos".

"Não existem casos na Região Autónoma da Madeira", reforçou, acrescentando que o plano de contingência está preparado para dar resposta de acordo com as recomendações nacionais e internacionais.

A sala de triagem no Hospital Central do Funchal, instalação de referência para o coronavírus Covid-19 no arquipélago, tem capacidade para albergar dois doentes em isolamento.

"É mais um passo em frente no plano de contingência elaborado pela Região Autónoma da Madeira e apresentado no dia 03 de fevereiro, um plano que segue as recomendações nacionais e internacionais e que tem tido várias adaptações", disse Pedro Ramos.

O governante explicou ainda que as autoridades vão intensificar as ações de informação à população e aos diversos setores de atividade, nomeadamente na área do turismo, considerando a possibilidade de ser detetado algum caso suspeito ou positivo num hotel ou a bordo de um navio de cruzeiro.

O Covid-19, detetado em dezembro na China e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, um dos quais com confirmação de infeção e o outro por indícios relacionados com o novo coronavírus.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infeção, 16 dos quais ainda estavam em estudo na quinta-feira.

Os restantes 36 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.

Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se "moderado a elevado".

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